29 de dezembro de 2013

Sobre eu, você e eles

Sempre ouço falar que quando a gente faz as coisas com o coração, tudo tende a dar certo. Independente do que seja, levo isso comigo pra onde quer que eu vá. Nunca fui daquelas pessoas que pensam muito sobre algo para daí executá-la, eu simplesmente vou lá e faço. Normalmente sai algumas coisas do trilho, mas aprendi a lidar com as consequências depois.

Muitas vezes a vida me surpreendeu. Reclamei em algumas delas, eu sei, mas se for analisar tudo o que já me aconteceu, posso dizer que valeu a pena. Olha só quantas oportunidades me foram proporcionadas. Pude sorrir e chorar, falar e escutar, e, o mais importante, amar e ser amado.

É, a vida às vezes é meio louca mesmo. Me trouxe por um tempo um alguém que me fez tão bem... 

Claro que, como em todo relacionamento, o nosso teve seus altos e baixos. Não vou negar que já tive vontade de desistir de tudo pelo fato de não ter você concordando com as minhas certezas. E também não vou afirmar que concordei com todas as suas atitudes diante das incertezas do meu coração. Mas aprendi a lidar com os meus e os seus defeitos, afinal ninguém é perfeito, é? 

A gente aprende a gostar do outro como ele realmente é. A essência do amor está nas pequenas coisas, como o cabelo bagunçado numa manhã preguiçosa ou a risada escondida num momento difícil. A gente também aprende a valorizar cada momento único. Eles não vão voltar, nunca mais. É preciso aproveitar cada um deles como se não houvesse o amanhã. Na verdade, o amanhã talvez não possa existir. 

Os momentos mais bonitos podem ser aqueles que nunca antes haviam sido permitidos.

Me permiti mais uma vez e não me arrependo da escolha que fiz. Ter você foi uma das melhores coisas (se não a melhor) que já podia ter me acontecido. Eu andava meio triste e sem direção antes de ter a sua presença ao meu lado. Agora, sorrio a cada vez que me lembro de você. Com certeza aprendi a ver o lado bom das coisas que achava, até então, que eram ruins. Aprendi a sorrir mais e a agradecer por tudo o que tinha. 

Talvez um dia a gente se encontre por aí. Se somos o que somos é porque protagonizamos a história que é só nossa e de mais ninguém. Agora eu sei que é cada um em sua direção. As lembranças boas ficam e as não tão boas levo como aprendizado. Eu só espero que você nunca se esqueça daquelas duas pessoas que se amaram e, acima de tudo, se respeitaram. Eu espero, também, que você se lembre que a gente não deu certo talvez por sermos parecidos demais. Mas isso não significa que nós não nos demos bem, porque o que aconteceu foi exatamente o contrário.

Fiz de você uma amiga. Talvez a minha melhor amiga. E é disso que me lembro cada vez que escuto o seu nome. Sinto falta daqueles dois lá de antes, mas sinto mais falta ainda da gente agora.

Obrigado pelos momentos. Obrigado pelos abraços. E talvez, quem sabe, obrigado pelo futuro. Por que não?

27 de dezembro de 2013

O melhor de mim

Aí a pessoa entra na sua vida, faz morada, se aconchega, toma conta, pra no fim ir embora sem ao menos se despedir. Eu, por muito tempo, fiquei sem entender essa sua atitude. Mas conforme os dias iam passando, percebi que realmente você não era o melhor pra mim.

Te explico: te dei o que de bom ainda restava em meu peito. Dediquei à você todos os meus maiores feitos. Só que quando não recebemos tais atos de volta é ruim demais. Você tá ali, se esforçando pra pessoa te dar, no mínimo, um sorriso sincero e não vê um movimento sequer de retribuição. Complicado, né?

Se eu pudesse, iria até você pra dizer todas essas coisas. Aliás, lembra de todas aquelas vezes que falava brincando que eu iria te visitar quando você menos esperasse? Pois é, minha passagem já está comprada. Ainda tenho vontade de te ver, só não tenho certeza se você teve essa mesma vontade algum dia. Gostaria de saber disso pela sua boca. Mas se não for possível, mande uma carta. Prometo respondê-la do jeito que você merece.

De tudo o que já tive em minhas mãos, você foi a única que conseguiu escapar. E não foi por falta de cuidado, pois isso eu te dei até demais. Você podia ter ficado, eu jamais te daria motivos para fugir. Já pensou em quantas coisas a gente poderia fazer se você ainda estivesse aqui? Você sempre me dizia que queria andar de mãos dadas na orla da praia. Bom, isso até poderia se realizar se não fosse o seu orgulho. Sorte a sua que a verdade bateu em minha porta, me impedindo de ir bater na sua.

É, você realmente foi o meu melhor por algum tempo. Mas hoje, o que de bom ainda me restou, está sendo destinado a outro lugar: à mim mesmo.

Espero que esteja feliz agora.

20 de dezembro de 2013

As melhores lembranças nas piores mudanças

É, sabe como é. Às vezes a vida passa dessa forma mesmo e, olha só, você sequer se deu conta. Esse aglomerado de mentiras, desgostos e arrependimentos tomaram conta do seu corpo e você não consegue mais saber o que fazer. Você vai, chora, grita, faz de tudo pra chamar a atenção, mas o que você não entende é que o tempo perdido talvez nunca mais te encontre de frente. 

É, pois é. De tanto você se preocupar com a vida de quem não está nem aí pra você, a sua vida acabou se tornando uma piada cada vez maior. É lamentável ver que, mesmo com tudo o que te aconteceu, você insiste em continuar com a farsa que te envolve. Será que algum dia você chegou a sorrir de verdade? Digo, para pessoas de verdade? Será que em algum domingo ensolarado você viu a real beleza que há nessa vida? Certas coisas não voltam não, já parou para pensar nisso?

É, pior que é. A cada dia mal vivido, é mais um em que você irá acrescentar naquela listinha que faz questão de dizer que não existe. Você, de tanto sustentar algo que não é real, acaba acreditando no que resolveu inventar. É triste o fato de você encontrar em um copo de bebida, servido em um bar qualquer, algum tipo de conforto. Pensa só: quando você colocar o pé dentro daquele cubículo que chama de apartamento o que estará te esperando? Ou melhor, quem?

É, na verdade eu nem sei mais como é. Há algum tempo, ia te encontrar com um sorriso no rosto, esperando os seus braços me acalmarem e a sua boca pousar sobre a minha. Por um momento acreditava que seria daquele jeito: eu por você, você por mim, nós pela felicidade. Não sei bem como que as coisas desandaram de tal forma, juro que fiz tudo o que pude pra te ver feliz. Mas você, novamente, preferiu um cigarro entre os dedos e uma cerveja na mão, do que um coração batendo em seu peito e um motivo pra viver.

É. Quando você não sabe direito o que te espera lá na frente, se enclausura de um jeito que ninguém, nem mesmo eu, consegue te livrar. Tudo bem, levo acontecimentos bons aqui em meu peito. Agora, você, eu já não sei. E sabe por quê? Quando te vejo, não consigo mais te ver como aquele que fazia de tudo para construirmos a nossa história. Eu vejo apenas o ápice da deterioração humana. 

Não dizem que tudo nessa vida muda? 
Pois é.

17 de dezembro de 2013

E se eu pudesse, pediria você

A: Hoje é o seu dia. O que você quer de presente?

B: Nada.

A: Nada?

B: É, nada...

A: Alguma coisa você tem que querer. É só dizer.

B: Bom, tem sim uma coisa. Na real, to querendo isso a muito tempo.

A: E o que é? 

B: A única coisa que, se eu pedir, não vou ganhar.

A: E como você tem tanta certeza disso?

B: Porque eu já pedi antes.

A: E não ganhou?

B: Pois é...

A: Você não me respondeu.

B: O que?

A: O que é?

B: O que é o que?

A: O que você quer...

B: Já disse! A única coisa que não vou ganhar se eu pedir.

A: E isso seria...

B: Você.

A: Ah! 

(...)

13 de dezembro de 2013

Amor fundamental

"Nossa, como você está linda! Olha, sério, você está de parabéns! Quem diria que você se tornaria tudo isso, hein?! Aposto que seus pais morrem de orgulho de terem uma filha como você. Bonita, inteligente, independente e sem medo de ser feliz. Se eu soubesse, teria levado mais a sério aquela paixonite que eu tinha por você na 2ª série. Haha, brincadeira. Mas... você lembra? Nós dois, sentados naquele banco bem no meio do pátio da escola, jogando conversa fora na hora do recreio. Me lembro da sua risada tímida quando me ofereceu parte do sanduíche que tinha na lancheira. Nossa, para! Você continua com aquela mesma risada de menina até hoje? Que fofa. Não, sério, é fofa sim. Pelo menos eu sempre achei. Eu sempre te acompanhei, sabe? Que bem faz essas redes sociais. Lembra do baile de formatura do ensino médio? Foi ali que me declarei pela primeira vez. E com o gelo que recebi, o melhor que fiz foi me afastar. O que? É, também pensei várias vezes em você. Na verdade, nunca deixei de fazer isso, você sempre foi mais do que uma amiga que dividia o lanche comigo. Sei que falei que era brincadeira a tal da paixonite, mas sabe como é, toda brincadeira tem seu fundo de verdade. Eu soube que você terminou o seu namoro recentemente. Não pense que estou me aproveitando da situação. Não! Apenas vi nela uma oportunidade. Por que não?, eu pensei. Então cá estou, só nunca parei pra pensar em como seria te encontrar frente a frente depois de todos esses anos. E vou te dizer: superou as minhas expectativas. Não fica tímida não. E não adianta dizer que não ficou, suas bochechas vermelhas não me deixam mentir. Mas, então, eu queria saber se você não quer voltar a dividir lanche comigo. Pode ficar tranquila, dessa vez é por minha conta. E aí?"

E aí que eu aceitei, né? Não é todo dia que reencontramos o nosso primeiro amor por aí. Vai que ele se torna o último também. Nunca se sabe.

11 de dezembro de 2013

Apenas mais uma de amor

Queria tanto saber como é que conseguimos chegar nesse estágio. Olhe pra trás e veja quanta coisa passamos. Nós planejamos o mundo e construímos sonhos. E tudo junto. Não tinha um dia sequer em que eu não acordasse e de imediato pensasse em você. Achei que fosse verdadeiro e recíproco. Só achei mesmo. Pelo jeito eu, novamente, amei por dois em apenas um só peito. Se não fosse tão triste, eu ia dar umas risadas agora.

Você sabe, de todas as coisas que me foram dadas, você foi a melhor delas. Tinha encontrado em apenas um corpo tudo o que procurei em todos os outros.

Meses e meses se passaram e nós continuávamos ali, juntos. Podia acontecer o que fosse, a gente não se largava. Não tinha porque, sabe? Eu mal sabia o que iria acontecer uns meses após aquele nosso jantar tão especial. Aquele que fiz questão de deixar tudo do jeitinho que você gostava. É, a vida prega umas peças sem graça de vez em quando. Pior é que não podemos sequer reclamar. Carpe diem, right? Quem dera.

Hoje consigo perceber todos aqueles defeitos que meus amigos apontavam em você e eu não dava bola. Aquele seu ciúme em excesso ou a desconfiança exagerada que você tinha de mim. Quem ama confia, eles me diziam. Mas o amor é cego, completavam. Queria entender onde é que foi que eu errei. Não é possível que tenhamos perdido todos aqueles planos de casar, ter filhos e uma casa na praia com piscina. E aí, como é que fica?

Não sei se cabe aqui, mas te vi no parque ontem. Sozinha. Você tava tão linda... Fiquei imaginando a sua reação caso me visse por ali também. Ainda bem que não viu. A nossa história não foi daquelas com final feliz. Uma pena, pois tinha tudo pra ser. Tinha porque eu fiz de tudo para que tivesse. Mas você, ah, você só soube me prometer e nada fez. Me fez ir atrás de céu e mar para te ver com um sorriso lindo no rosto. E pra receber o que em troca? Meia dúzia de palavras emboladas nas mais elaboradas mentiras.

Ao menos uma coisa de bom eu levei disso tudo. Não foi a lembrança da gente andando de mãos dadas ou os beijos alternados com carícias que só você sabia me dar. Não. É algo mais valioso. E te digo agora: aprendi a não acreditar tão facilmente nos outros. Sei que não é algo positivo visto na primeira vez, mas com isso eu nunca mais me iludi da forma que você me iludiu.

Agora consigo entender quando dizem "this isn't a love story, this is a story about love". Até porque a tal da história de amor que tanto me prometeu nunca existiu. E olhe só... hoje eu só sei falar dela.

Bacana.

10 de dezembro de 2013

Eu não vou me importar

Eu não vou me importar se você resolver ficar. Desfaz as malas e fica aqui. Te faço cafuné e tudo o que você quiser. Eu não vou me importar, não.

Eu não vou me importar se você me disser que prefere assistir um filme do que ter que se arrumar pra sair. Eu faço a pipoca e que sua vontade seja feita. Eu não vou me importar se você dormir no meio pelo fato do filme ser chato. Desde que eu possa ficar contemplando o seu rosto sereno, eu não vou me importar.

Eu não vou me importar de você passar a noite aqui. Te aconchego em meus braços para que você possa dormir melhor. Posso até esquentar os seus pés se você quiser, eu não vou me importar.

E eu não vou me importar se você quiser repetir tudo isso. Se você me pedir, posso ser seu até onde me permitir. Desde que você seja minha na mesma proporção, eu não vou me importar, não.

7 de dezembro de 2013

É tudo questão de sorte

Trilha sonora: Lucky One - Simple Plan ♪

Tudo a minha volta parece que está da forma que tinha que estar. A lua brilha lá no alto como se dissesse que está tudo em seu devido lugar. Mas eu ainda sinto um vazio e uma voz aqui dentro de mim diz que, mesmo com tudo isso, eu estou meio isolado. É como se eu não fizesse parte desse mundo, entende? É como se eu tentasse mais e mais vezes mostrar aos outros que eu existo. Algo do tipo: "ei, eu estou aqui".

Eu sei que um dia as coisas vão melhorar. Ninguém pode ser condenado a viver dessa maneira. A dor é grande, mas um dia ela irá passar. Ela tem que passar. E quando a minha vez chegar, eu estarei esperando de pé. Sei que sou uma pessoa complicada, mas nesse dia eu vou ser um pouco menos. Já diziam que é preciso ser forte e correr atrás do que se quer. Fazendo isso, a sorte nos encontra.

Acontece que eu continuo pensando em tudo. Meus pensamentos percorrem os lugares mais inevitáveis possíveis. E mesmo com todas conclusões que se puseram diante de mim, insisto em pensar em tudo o que aconteceu e do jeito que aconteceu. Fico me perguntando, cada vez mais, se realmente valeu a pena. Passei todos esses anos fingindo pros outros (e pior, pra mim mesmo também) que estava tudo bem, que tudo aquilo já tinha passado. E, na verdade, tudo o que eu queria era saber como aquele filme ia terminar.

E eu só queria entender de onde que as pessoas tiram força pra continuar. Todas elas tem uma chance na vida e tudo o que eu faço ultimamente é esperar. Eu não aguento mais isso, será que a minha vez vai chegar? É tão difícil passar por tudo isso; é tão difícil ser tudo isso. Queria apenas uma razão. Uma única e boa razão para erguer a cabeça e seguir em frente. Quem sabe será nela onde sempre pertenci. A dor e a incerteza ainda continuam aqui, porém com menos intensidade.

Sei que tudo que está ao meu alcance eu já fiz. Agora basta esperar a sorte me encontrar e ver onde tudo isso vai dar.

28 de novembro de 2013

Repare bem no que eu não digo

Ainda me lembro muito bem de como as coisas começaram. Nós dois sentados ali na areia, conversando sobre sabe-se lá o que. Você estava tão linda que por um momento me perguntei se eu realmente estava ali. E estava, com a melhor companhia que eu poderia estar. Não demorou muito para que nós nos tornássemos amigos. Na verdade, muito mais do que isso, mas deixemos assim.

Passamos muitos dias nos falando ao telefone. Papo vai, papo vem e a gente nunca se cansava. Era hora de nos encontrarmos de novo e nós sabíamos bem disso. Depois de tantos elogios e indiretas soltar pelo ar, aquela vontade de saciar os nossos desejos em comum precisava ser eliminada. Por um motivo meio que proposital, retornamos à praia onde tudo começou. Você já estava ali me esperando e, sem querer, me peguei sorrindo sem motivo algum.

Em certos momentos nós não precisamos dizer alguma coisa para expressar o que estamos sentindo.

Enquanto conversamos, risadas surgem de forma espontânea e, sem você perceber, eu já estava me aproximando cada vez mais de você. Um sorriso prolongado foi a deixa para rolar o nosso primeiro beijo. E que beijo! Confesso que superou as minhas expectativas, haha! E dali por diante, a gente se via numa frequência bem maior.

Foi quando me dei conta de que não podia mais continuar com aquilo. Eu queria mais e ia sempre querer mais. Mas eu não sabia se você queria o mesmo. E o meu medo de arriscar, bom, ele apareceu (e eu dei um jeito de eliminá-lo). Perguntei se você toparia em dar mais um passo. E qual foi a minha surpresa, você respondeu que sim, porém com uma condição: apenas se eu estivesse ao seu lado.

"É, tem coisas que nada nessa vida pode pagar".
E sorri.

22 de novembro de 2013

O tempo

O sol nasceu mais uma vez, temos que aproveitar
O relógio toca, é hora de acordar

Tic-Tac

Veja quanta beleza há lá fora
Vamos comemorar

Tic-Tac

Enquanto o tempo passar por aí, eu me divirto por aqui
Vivo na espera de dias melhores
Eles estão por vir, eles hão de vir

Tic-Tac

Depressa, meu amor
A sessão já vai começar

Tic-Tac

Sente-se aqui, me dê a mão
Hoje eu escolhi algo diferente

Tic-Tac

Não quero mais ver a vida passar

Tic-Tac

Tic
Tac

15 de novembro de 2013

Acasos

Veja só aquela garota, há horas que está me encarando. Não consigo desviar o olhar, pois não sou adepto a isso. Fico encarando-a de volta e assim ficamos durante um bom tempo. 

Ela com os amigos não se mostra tímida, pelo contrário, é muito desinibida, não tem medo de executar as coisas e de sofrer as consequências caso algo dê errado. Mas no fundo, eu sei, ela é daquelas pessoas que gostam de ficar sozinhas em algum canto lamentando pelo que lhe foi tirado.

E é aí que eu entro na história. 

Vou até ela, sem medo, sorriso no rosto. Pergunto se quer algo pra beber e se aqueles caras são, de fato, amigos dela. Ela diz que sim, mas que já está cansada daquilo tudo e que prefere sair, dar uma volta, essas coisas. Então pego em sua mão e a arrasto balada afora. 

Conversamos sobre várias coisas, inclusive sobre amores feridos. Eu tenho, ela também, nada é perfeito. 

Nos encontramos do nada e talvez o nada nos espere. Ou pode ser o tudo. Nunca se sabe. Eu vou tentar, não tenho nada a perder.

Passam-se os dias e o encanto apenas aumenta. Começamos a nos falar mais, de diversas formas. É nessas horas em que agradeço profundamente a inclusão digital. Ela, às vezes, pode melhorar muitas coisas, inclusive um relacionamento que ainda nem começou.

Por tanto tempo não passava por essas coisas que já nem sei se o que to fazendo é certo ou não. Sabe, essas coisas de pegar na mão, levar pra tomar sorvete ou assistir uma comédia romântica no cinema. Se é brega ou não, eu realmente não sei. Mas que é bom, ah, isso com certeza é.

Chegou num ponto em que não consegui mais disfarçar. É inevitável não segurar a felicidade no momento em que a vejo vindo em minha direção, sorrindo para mim. Já é amor, não vou negar. Se a maré tá braba por aí pouco importa, a minha tá calma e eu vou aproveitar o momento. 

"Vamos de dois nos tornar apenas um?" 
Ela respondeu sim.

Ponto pra mim.

14 de novembro de 2013

Watch the world burn

Já parou para pensar, algum dia, no quanto podíamos ter sido diferentes?

Olhe a sua volta. Pense em quanto você fez e no quanto recebeu em troca. A balança da vida pode não estar de acordo com as suas expectativas, mas o que vale, realmente, é saber que tudo o que foi feito não foi em vão. Todas as palavras, todas as promessas, todos os defeitos, tudo...

É impossível que durante toda a sua existência você tenha tido apenas deslizes. Cara, pare! Presta atenção em quem tá com você, em quem não te abandonou, veja onde é que o nosso mundo foi parar. Agradeça sempre pelo que você tem. Se você tem foi porque conseguiu, e se conseguiu foi porque mereceu. 

De tantas barbáries que rodeiam o mundo, o melhor mesmo é gostar de quem você é.

As pessoas nunca vão ser iguais. O tempo muda, as pessoas também. Não me importo muito em continuar seguindo com os iguais diferentes, pois veja só o quanto cresci; o quanto amadureci. Eu não preciso que me digam o que devo fazer, até porque eu sei muito bem do que sou capaz. Eu sei dos meus potenciais, eu sei aonde todo esse caminho percorrido há de me levar.

E sobre todos aqueles que já cruzaram comigo em algum momento e não estão mais aqui: fazer o que. Se não fui o melhor para eles, para alguém devo ser. As coisas vêm, fazem o que deve ser feito e se vão. Acontece, não tem muito com o que se preocupar não, bota um sorriso na cara e vai que vai.

Pra certas coisas a gente consegue achar um conserto.
Pra outras, deixa que o conserto as encontre. 

Perder meu tempo é coisa que já não faço mais. Deixa de lado o que deve ser deixado. Na situação em que o mundo está, ele mesmo vai dar conta do que deve dar.

Não diga nada agora, apenas observe tudo a sua volta.
Você consegue ver o mundo se perdendo?

11 de novembro de 2013

Completamente errado

Tudo a minha volta permanece em constante mudança. Mudanças boas, mudanças ruins. Mudanças. Ideias que vem, ideias que vão. Tudo se torna esboço quando erro a direção. Quero mudar, quero viver, quero fluir, quero sair, quero voar, quero errar. Errar a pequena dança que me fascina, que me distrai.

Eu hoje sonhei que estava seguindo outra direção. Pra longe, pra bem longe. Às vezes penso que realmente vivi tudo aquilo. A sensação era real, o pensamento pairava sobre o ar, nada mais importava. A não ser as palavras que, lentamente, lamentava.

Completamente errado.

Os sentimentos que hoje se intensificam. De maneira errada, de maneira que devasta. Penso em tudo aquilo que quis, que já fiz. E hoje... hoje eu só quero distância de quem não me quer bem. Por tanto já passei e tanto me perdi que se me perguntarem pra onde devo ir, respondo na hora que é pra onde o vento permitir.

Permissão concedida.

E voei.
E caí.
E sobrevivi.

Errado.
Completamente.

9 de novembro de 2013

Capítulo 1: o fim

O (meu) mundo girou mais uma vez. E olha só onde ele me levou dessa vez, um lugar que jamais pensei em estar. Tranquilo, às vezes até demais, onde apenas os meus mais altos pensamentos ecoam imensidão afora. Sem problemas, de tanto enfrentá-los dia após dia, acabam sendo como uma canção para os meus ouvidos. Metaforicamente.

Resolvi colocar um ponto final em tudo aquilo que tive participação. Foi até melhor, todas as dúvidas que rondavam a minha cabeça enfim foram sanadas. E eu to aqui, vivão. Nada demais aconteceu, além de, é claro, algumas palavras que seriam ainda melhores se não tivessem sido ditas. Mas agora, quem se importa com isso?

Aprendi com meus piores erros que são neles que podemos encontrar algo de bom ali. No meu caso, o lado bom foi o meu crescimento. Comecei a sair mais (quem diria, hein?), conheci novas pessoas, aprendi a respeitar e, o melhor, a ser respeitado. Me dei conta de que tem muita gente por aí que realmente gosta de mim e que quer o meu bem. Então pra que me prender a algo que me trouxe apenas noites mal dormidas e cama vazia?

Me libertei. De um vício, de você. Sim, você foi o meu maior vício (e o pior também). De tanto querer você, comecei a te enxergar nos lugares mais inusitados, lugares onde eu tinha certeza que você jamais estaria. Faz parte, o coração é meio bobo mesmo. Mas tá tudo bem, mesmo que você esteja em algum desses lugares agora, pra mim tanto faz.

Você vai voltar algum dia e eu sei bem disso, mas escreva aí em algum papel perdido: eu não quero mais. Já perdi muitos meses da minha vida esperando você. Esperando por apenas um beijo de despedida. Nem isso eu ganhei. Foi tudo tão repentino, não foi?

A vida é tão curta, meu bem. Ainda tenho muitos capítulos dessa história pra escrever. Você foi apenas um deles. E um dos bons, diga-se de passagem. Não é qualquer um que aguenta cargas excessivas de amor, paixão, comédia, drama, suspense e terror em uma mesma história. Coisa de louco. Mas acabou.

Só passei aqui mesmo pra te deixar o final desse manuscrito. Depois de quase um ano trabalhando nisso, ele enfim não me pertence mais. Confesso que teve o desfecho que eu queria. Mas não seria ético de minha parte se não o entregasse para quem me ajudou começar a escrevê-lo.

Tá aí, exemplar único, proibida a venda. Agora sim você pode fazer o que quiser com ele. É seu. Não mais meu.

Capítulo 2: o começo. 

1 de novembro de 2013

Hell o win

É noite de Halloween. Crianças andam pra lá e pra cá pedindo doces de porta em porta. Não tenho nada para lhes oferecer, apenas um pacote de cigarros pela metade. Acho que não será muito bem vindo pelos pais dessas pequenas criaturas inocentes. Sinto saudade dessa minha inocência. A minha doce e saudável inocência. Quando crescemos, nada mais volta a ser como era antes. Acontece, são coisas inevitáveis.

Tem um menino ali que me lembra muito de quando eu era menor. Miúdo, meio tristonho e deslocado no meio de tantas crianças. É perceptível que está fazendo o que na verdade não quer. A fantasia? Múmia (ha-ha). Tropeçou na faixa que encobre seu corpo. Caiu. Fui até ele e o ajudei a levantar. Ele agradece e corre em direção aos colegas. Meio desengonçado, ainda tropeçando. Percebi que o que menos queria era ficar perto de um cara desconhecido e meio estranho. Já até acostumei, tá tudo bem.

Lembro-me de um ano em que minha mãe me vestiu de vampiro. Desenhou olheiras, comprou dentadura falsa e até mesmo aquelas bolsas de sangue artificial. Nunca entendi o porquê daquilo tudo. Mas era mãe, sabe como é, a única coisa dessa vida que precisamos fazer sem pestanejar é obedecer a sua mãe. Segundo ela, eu ia atrair várias vampirinhas. Qualé, mãe, eu já tenho 15 anos, posso atrair bem mais do que sugadoras de sangue - pensei.

O tempo foi passando e, a cada ano, me transformava em um monstro diferente. De vampiro fui pra fantasma, de fantasma fui pra lobisomem e de lobisomem fui pra zumbi. Nunca gostei dessas coisas. Nunca tive medo também. Só aceitava em participar dessa data comemorativa pelo simples fato de todas as crianças e adolescentes do bairro estarem por ali, zanzando de porta em porta implorando por gostosuras ou travessuras. Pelo menos em um dia do ano eu não me sentia o garoto deslocado fazendo coisas estranhas diante das pessoas.

Hoje se me perguntarem se levo a sério a festa do Halloween, digo que não. Mas se mudarem a pergunta para saber se levo a sério esses monstros que a garotada tanto se veste, respondo que sim. Conforme o tempo foi passando, adquiri um certo medo de monstros. Mas não vampiros, fantasmas, lobisomens ou zumbis que tanto interpretei na minha infância. O monstro que mais temo é bem pior do que tudo isso. Ele está bem mais próximo da realidade do que esses citados.

Esse monstro não espera o dia 31 de outubro para atacar. Ele ataca todos os dias. Em qualquer lugar. A qualquer hora. Esse monstro não tem nome, não tem tamanho. A cada dia ele pode estar camuflado de um jeito. E, disso, eu tenho muito medo. Afinal, os monstros que mais tememos encontram-se dentro de nós mesmos.

23 de outubro de 2013

Astrologia

Descolei um trampo no jornal por esses dias. Não é nada demais, serei apenas o colunista que escreve o horóscopo diário, sabe como? Não me orgulho, não. Me formei em Jornalismo pensando que iria atrás de bandidos pra cobrir toda a matéria que iria ser veiculada no dia seguinte. É, as coisas não saíram como eu esperava. Acho que andei vendo muito CSI. 

O primeiro dia pode ser resumido em apenas uma palavra: tédio. Não que as pessoas não sejam legais por lá, elas até são. Mas, sério, escrever sobre os astros que regem sobre a Terra? O que tanto tem de interessante em ler meia dúzia de palavras dizendo que o seu dia vai ser uma maravilha (ou uma merda)? Não entendo... Mas ok, foi apenas o primeiro dia. Vai que as coisas mudam. Apesar de não ter tanta certeza disso.

Segundo dia: as coisas começaram a melhorar. Um pouco. Começaram a melhorar um pouco. Me mudaram de mesa. Agora sento ao lado de uma guria bem, como posso explicar, atraente. Minto! Ela é gostosa. Ponto. Gostosa pra caralho. Tenho até mais inspiração pra escrever a merda-da-minha-coluna-de-astrologia. Meu bem, não quer ser minha estrela guia não? Calma, não falei isso diretamente, mas sim no meu subconsciente. Um dia eu tomo coragem e falo tudo isso pra ela. 

No terceiro dia, apelei pro lado emocional da coisa: "Áries - Os astros estão alinhados com as estrelas, sua noite pode ser um tanto quanto diferente. Se atenha aos detalhes". Na hora ela me olhou. E me esbofeteou no rosto com uma fúria tão exagerada que eu juro que não entendi nada. Escrevi apenas o que os astros mandaram. Nada fora do normal. 

Quarto dia: chego na redação e não a encontro. Vai ver é o seu dia de folga, tudo bem. Ligo o computador e começo a redigir palavras sem sentido que não devem fazer sentido pra nenhuma pessoa. "Câncer - O amor está no ar. Se você já tiver um parceiro, espere uma surpresa por parte dele. Se não tem, tire o dia para conhecer novas pessoas. Nunca se sabe o que pode acontecer". Saco! Meu estoque de palavras está definhando. Cadê aquela garota?

No quinto dia, ela reaparece. De cara amarrada, não me dá nem bom dia. E eu, com esse meu jeito super galã-de-quinta-categoria, dou o meu melhor sorriso e... apenas desvio o olhar. Mas que porra! Nem pra dar bom dia eu presto. Os astros não estão ao meu favor. Ajuda aí, planetas e estrelas e sei lá mais o que

Sexto dia: sim, eu trabalho em pleno sábado. Pelo jeito as pessoas gostam de ler seus horóscopos todos os dias. Vou fazer o que? Trabalhar. A Amanda está de folga (de novo). É, er, eu descobri o nome dela. Não deu muito trabalho, só perguntei pro outro cara ali que senta do outro lado dela. E, ao mesmo tempo em que descubro como ela se chama, tenho que escutar um "cara, a Amanda tá tão fodida da cara com você". O que foi que fiz, meu Deus? 

Meu celular toca ao meio dia daquele dia insuportável. Era sábado, eu só queria pegar minhas coisas e sair dali. 

– Alô?
– Marcus! Você é um otário! Por que foi escrever aquelas coisas na quarta-feira? Eu fui obrigada a te dar uma na cara, você não presta mesmo!

Eu não estava entendendo nada.

– Desculpe, mas... quem é?
– Como assim quem é, seu insuportável? É a Amanda. Sabe, a tal gostosa que você tanto comenta com os outros.

Era blefe, só podia ser blefe. Eu nem falo com as pessoas que trabalham comigo. MEU DEUS!

– Acho que foi engano, vou desligar.
– Se você desligar, eu ligo de volta.

Ótimo. Desliguei. :)
Continuei a fazer as minhas coisas. Tinha mais meia hora de expediente. Ela não ligou mais. Melhor assim.

13h. Tchau redação, até segunda. 
Saio do prédio e vou até o bar da esquina. Ninguém é de ferro, vai. Peço uma cerveja. Bem gelada, por favor. Olho para o lado e... cacete!

– O que você está fazendo aqui?
– O mesmo que você, provavelmente.
– Qual é a sua, hein?
– Qual é a SUA, Marcus?
– Como você sabe meu nome?
– Isso não vem ao caso. Agora, me diz, o que foi que te deu pra fazer aquelas coisas na quarta-feira?
– Mas... o que? Porra, eu só estava fazendo o meu trabalho!
– Não, não estava. Você queria me atingir.
– Garota, você é maluca.

Bebo a cerveja toda em apenas um gole, bato forte o copo na mesa, deixo uma nota de cinco e saio porta afora.

– ESPERE!
– O que foi?
– Onde você vai?
– Pra casa?
– Não, não vai.
– QUÊ? É claro que eu vou. Não sou que nem você que tem folga aos sábados, sabia? Eu dou duro naquela redação, escrevendo sobre a porra dos astros que eu sequer acredito. E pra ganhar o que? Um tapa na cara da guria mais gostosa que já vi em toda a minha vida. Que, aliás, ninguém mais sabe que acho disso de você, ok? Eu mal falo com aquele pessoal que trabalha no jornal. Incluindo você. 

Amanda olha atônita pra mim. Não sabe o que falar. Dá meia volta e vai embora.

A garota tá na minha. Eu sei disso. 
Na quarta-feira, antes dela chegar, escrevi uma nota, a caneta mesmo, do lado da minha coluna em um dos jornais impressos e deixei sobre a mesa dela: "Você é muito bonita, minha estrela guia. Me liga." e deixei o meu número.

Como ela me achou naquele bar eu não sei.
Mas ela me ligou.
Valeu, astros!

19 de outubro de 2013

Roda gigante

Não vou negar que sinto falta de muita coisa. As memórias permanecem aqui, intactas. Mas eu já cansei de esperar quem não vai voltar. A vida é tão curta pra se ater a esses tipos de detalhes. Chegou a hora de me importar com o que realmente vale a pena.

Respirei fundo várias vezes antes de partir. O destino eu já não sei. Mas a sede de viver.. ah! essa sim se faz presente. Posso ir pra qualquer lugar, até mesmo pra onde o vento me permitir levar. Me livrei do medo, o que vir de agora em diante é apenas consequência. A noite está tão bonita, as estrelas formam conjuntos para me guiar, baby.

O que me foi ensinado ao longo dos anos, está guardado em algum lugar. Eu tenho tantas coisas novas a aprender; tantos filmes para ver. Ainda tenho tantas bocas para beijar e tantos abraços para dar. Se eu mesma não me arriscar nessa roda gigante, quem é que vai conseguir estar no topo de tudo o que consigo imaginar?

Os sonhos continuam, a maioria não pára. Se dizem que a vida é pra frente, tudo bem, pra frente seguirei. O primeiro passo já foi dado.

14 de outubro de 2013

A gente nós

De todas as coisas que eu mais quero bem, com certeza você é a primeira delas. Mesmo não merecendo. Mesmo não estando presente nos meus dias. Sabe, eu não tenho mais pra quem contar os acontecimentos bons da minha vida. Você era - e ainda é - a pessoa que acho que deva saber tudo o que acontece comigo por primeiro. Mas você realmente não merece mais nada disso. Pelo menos não agora.

Me lembro de todas as coisas que passamos juntos. As boas, as ruins... não importa. Era tudo muito intenso, não acha? Então. E o que aconteceu com a gente? Confesso que aquela nossa promessa do pra sempre ainda está de pé deste lado. Basta você querer. Eu vou continuar aqui, te esperando.

O que dói de verdade, mesmo depois de todo esse tempo que passou, é perceber que quase todas as suas palavras foram ditas da boca pra fora. Pensa só: se não tivessem sido, você ainda estaria caminhando ao meu lado. Certo? Você estaria com a mão junto a minha e, quem sabe, falando besteiras ao pé do meu ouvido. Assim como era, assim como tinha que ser.

Todas as suas formas errôneas de me dizer que ainda gosta de mim estão aqui, guardadas nesse peito que pra sempre será teu. Você sabe que pra mim a única coisa que me importa é saber se você está bem; se está feliz. E essa é a pior parte de tudo. Porque você sabe disso. E mesmo assim faz pouco caso, finge que não quer mais e que não vai mais voltar. Mas eu sei que vai...

Só me prometa uma coisa: que quando você resolver encarar tudo isso de frente, vai dar uma chance. Pra mim, pra você, pra nós. Pode não dar certo, eu sei. Mas e daí? Você sabe que, no final, eu vou fazer o impossível para que o contrário aconteça.

12 de outubro de 2013

Veja só, garota

Veja só, garota. Teu nome quando pronunciado já não diz mais nada para mim. Seus carinhos e afagos consegui deixar para trás. Os teus beijos - e trejeitos - foram descartados quando eu menos esperava. A rotina tornou-se apenas mais uma rotina e a sua vida hoje já não confundo mais com a minha.

Veja só, garota. Quanto tempo faz? Um mês, ou até mesmo dois, eu já não me lembro mais. As minhas vontades eu aprendi a saciar. De um jeito estranho, incômodo, mas ali pra sempre irão ficar. A busca continua, incessante, pertinente. A busca continua, forte, aterrorizante.

Veja só, garota. Não sei mais se eu te aceitaria de volta. Assim, do nada. Depois de vários sumiços, a ficha finalmente caiu (um pouco). Se fui algo pra você no passado, no passado lá fiquei. Enquanto você fez parte de boa parte dos meus planos futuros, acabei me perdendo em meio a tantas partes (pequenas partes) de um mundo onde fui incluso.

Veja só, garota. A felicidade hoje fez morada. Na minha casa, no meu peito. O que antes era bonito, já não tem mais tanta beleza assim. O que fiz de bom grado há alguns anos, nos anos ficaram. Não costumo carregar mais a angústia que me foi implantada.

Veja só, garota. Estou novamente escrevendo teu nome na areia. Mas prometo que será a última vez. As ondas já estão vindo pra arrastarem com elas todo o mal que você me fez.

2 de outubro de 2013

Papo de bar (ou algo semelhante)

― Meu café está amargo.
― Como?
― Meu café. Está. Amargo. ― falou pausadamente, sem nenhuma expressão em seu rosto.

Sem entender nada, ela trocou-lhe o café. Por desencargo, deu um gole nele para ver se realmente estava amargo. Não estava.

― O senhor gostaria de mais açúcar?
― Por favor.

Ela, então, passou o açucareiro para aquele rapaz que transparecia tristeza. Sorriu. Não obteve uma resposta. Voltou aos seus afazeres.

― Com licença...
― Sim?
― Poderia me servir mais um café?
― Claro. Mas com uma condição.
― Qual? ― ele perguntou desconfiado.
― Me responda: há quanto tempo sua ex te deu um pé na bunda?

Ele arregalou os olhos. Não fazia a menor ideia de como aquela simples garçonete sabia do que estava acontecendo. Abriu a carteira e deixou sobre o balcão uma nota de dez.

― Eu preciso ir. Fique com o troco.
― Espere! ― e pousou sua mão na dele ― Desabafe! Talvez seja isso que está lhe faltando. Sabe, um ombro amigo.

Sem reação, ele tornou a sentar-se. Apoiou sua cabeça entre as mãos e disse:

― Um mês. Ela me trocou. Não sei como e nem por que. Apenas foi embora e...
― E deixou um bilhete em cima do criado mudo dizendo que você merece alguém melhor. Sei como é.

Foi então que, pela primeira vez, fixou a moça nos olhos. Não sabia onde aquele papo ia dar. Mas estava gostando e preferiu arriscar.

― E como você sabe disso tudo? ― questionou, desafiando-a.
― Por quê? Acha que só porque sou mulher não entendo dessas coisas? Também já levei um pé na bunda.
― Não quis te ofender. Só fiquei curioso. Mas se não quiser falar, tudo bem.

Ela respirou fundo. Por fim, disse:

― Não, está tudo bem. É só que faz tanto tempo que não conto isso pra alguém, mas vamos lá! ― respirou novamente ― Era uma vez uma menina boba e apaixonada e um cara canalha e cafajeste. Um dia ele traiu ela e ela descobriu. Fim.
― Uau!
― É.
― Que canalha.
― E cafajeste.
― E você não fez nada?
― Claro que fiz!
― O que?
― Chorei.

Sem dizer nada, colocou suas mãos nas dele. Ficou assim por um tempo.

― O que foi? ― ela perguntou. Estava inquieta.
― Você vai me achar louco, mas... gostaria de te dar um motivo para sorrir.
― Que seria...?
― Você vai ver. A que horas você sai?
― Às nove.
― Às oito e cinquenta e cinco estarei aqui.
― Isso é um encontro?
― Não sei. Talvez. Pode ser. ― e sorriu.

Às vezes a única coisa de que precisamos é de um café amargo.

1 de outubro de 2013

Pra sempre assim será

Tem vezes que as coisas simplesmente acontecem. Sem motivo, sem razão. Acontecem porque tinham que acontecer. E é tão difícil de aceitar. Porque se você pudesse controlar, teria feito tudo diferente. Teria aceitado seus erros e feito o impossível para consertá-los. Quem sabe um dia.

Chega a ser engraçado o fato da vida ter diversas ironias em torno dela. Não se sabe o porquê de uma pessoa fazer tantas coisas pelo avesso, sem pensar nas consequências, sem saber em onde aquilo vai dar. Sabe-se, apenas, que ela faz. Da forma contrária, da forma errada.

Tentativas de acerto também já foram efetuadas. Sem sucesso, em vão. Ainda não se sabe como é que faz para caminhar sem tropeçar nos próprios erros. Ainda não se sabe como é fazer algo da forma correta, sem que um espaço vazio no peito esteja incomodando.

Mas a caminhada continua. As perguntas permanecem. As idas continuam constantes. E as dores... bom, as dores estão aqui, em algum lugar. Aprendi a lidar com elas, mas isso não quer dizer que pra sempre assim será.

Na verdade, pensando bem, o melhor a se fazer é fechar os meus olhos e descansar. Quem sabe em algum dia distante eu acorde. E já não esteja mais aqui.

26 de setembro de 2013

Sobre todas as coisas que quero esquecer

E, novamente, me pego pensando em ti. Eu não deveria. Não, eu não deveria me torturar dessa maneira. Até parece que quanto mais erro, mais persisto nos erros. Será que é tão difícil deixar tudo de lado e ao menos tentar me entender? Tu não vai entender, eu sei. Nem eu mesma me entendo. E detesto isso. Quanto mais evito, mais você teima em permanecer nas minhas lembranças. Nas mais dolorosas lembranças. As mais fúteis, as mais.. bonitas! É incrível o teu poder sobre mim. E eu odeio isso. Mas não consigo odiar você. Lógica? Nenhuma. Eu apenas gostaria que tu passasse, nem que fosse por um dia, por tudo isso que já passei. Só mágoas, mentiras, amor. Um amor em vão. Um amor que talvez tu não mereças. 

Sinta tudo o que eu sinto, daí sim venha falar de mim. 
Melhor.. vamos falar de você!

Escrito em: 14/06/2010

16 de setembro de 2013

Se eu pedisse, você voltaria?

Todo mundo tem um ponto fraco. Digo isso porque é um pouco estranho alguém não ter algo que faça com que suas pernas fiquem bambas e as mãos comecem a suar, assim, do nada. Posso dizer aqui que esse meu lado menos forte tem a ver com a presença que você tem em minha vida. Digo no presente porque mesmo que a gente nunca mais tenha se encontrado por aí, eu continuo carregando uma parte boa de ti dentro de mim.

É estranho continuar falando sobre as suas manias para os meus amigos, confesso. É como se você nunca tivesse deixado o lugar ao qual você ainda pertence: meu peito. Saiba, garota, que enquanto você deve estar saindo com outros caras quaisquer, eu estou acabando com a minha vida mais e mais. A bebida e a auto depreciação já viraram rotina. Larguei meu emprego também, já não tinha mais motivo pra juntar grana para aquela nossa viagem que você tanto sonhou.

Eu até tentei te achar em outros corpos nesses últimos meses, mas você.. ah, você tem alguma coisa que te faz despontar no meio de todas essas pessoas. Eu ainda não sei bem o que é, mas pretendo descobrir. Não importa o tempo que leve, pois, você sabe, o meu grande amor vai ser pra sempre você. As minhas mais belas palavras pra sempre serão escritas.. pra você.

Queria que você soubesse que, por mais que as piores coisas tenham acontecido para que, no fim, o nosso fim acontecesse, eu não guardo mágoas, muito menos algum tipo de rancor. Então, se algum dia você quiser conversar, sabe onde me encontrar. Não mudei de telefone, muito menos de endereço. A esperança de você aparecer em uma noite qualquer aqui na minha porta é bem maior do que a vontade de te mandar pra longe desse lugar que tem tanta história pra contar.

No final, todo mundo precisa de um lugar para se refugiar. Todo mundo precisa, também, de um pouco de carinho, atenção. E você sabe que essas duas coisas é só aqui que você irá encontrar. Algumas coisas a gente não pode mudar, quem dirá ignorar.

Então pode vir. A qualquer dia, em qualquer horário. Eu até posso preparar aquele macarrão que você tanto gosta. Eu também não vou me importar caso você queira passar mais uma noite comigo, me dizendo que se pudesse voltaria atrás. Ainda dá tempo.

Você sabe que o que eu preciso é só um pouco de carinho. Como qualquer pessoa. Ninguém é de ferro. Fazer o que.

10 de setembro de 2013

Mentes brilhantes

A gente acorda pra tentar viver
A gente vive pra tentar esquecer
A gente esquece pra tentar sorrir
A gente sorri pra não desistir

A gente fala pra tentar não chorar
A gente chora pra não sufocar
A gente sufoca sem saber o que fazer
A gente faz pra não morrer

E a gente sonha pra não mais cair
A gente cai mas ainda tenta ir
A gente vai pra tentar alcançar
Aquilo que o voo não nos pode dar

E o salto é grande
A visão melhorada
Nada vem fácil mas
Muita coisa está por vir

Basta não desistir
Do que mentes brilhantes
Dizem por aí

5 de setembro de 2013

E se você pudesse me ver agora?


Lembro de todas aquelas vezes que passamos juntos. Lembro das conversas e dos inúmeros conselhos que você me dava. Éramos felizes e eu nem me dei conta disso na época. Precisei te perder para, enfim, perceber de fato isso. É, às vezes a vida é complicada. Mas tudo bem, algumas coisas eu ando carregando comigo. Vai saber se um dia irei precisar.

Hoje eu já não sei se teve alguma vez que você realmente se orgulhou de mim. Parece pessimismo de minha parte, eu sei. Mas confesso que não sei o que você pensaria se me visse agora. Há tantas coisas que já tentei fazer e sequer consegui. Mas saiba que pelo menos um de seus conselhos eu sigo à risca até hoje: botei num papel tudo aquilo que eu sentia. A raiva, o medo, a tristeza... Tinha vezes que até alegria rondava aquelas palavras, veja só.

E assim eu vou vivendo, dia após dia, procurando o seu rosto no meio da multidão. A falta que você me faz é demasiadamente grande. E se você pudesse me ver agora, você teria uma ponta de orgulho do que me tornei? Espero que sim...

Mas, se você me pudesse ver agora, você não desistiria de mim? Continuaria ao meu lado, mesmo sabendo que posso tropeçar no menor dos obstáculos existentes? Se você pudesse me ver, agora, eu juro que deixaria de lado todos os meus maus vícios. Afinal, beber e fumar nunca combinaram comigo. Mas veja a que ponto chegamos quando perdemos uma coisa de muito valor.

Fui avisado. Sim, eu sei que fui avisado. Por você. "Você só vai perceber que eu sou seu grande amor quando você já não estiver mais perto de mim". Essas palavras eu consegui decorar, só não sei quando irei conseguir esquecer. E mesmo com a dor que palavras sinceras possam causar, eu continuo te procurando na multidão. Tem vezes que te encontro dentro de mim. Não só nos meus pensamentos, mas dentro de mim mesmo. Éramos tão semelhantes...

Depois de tudo, continuo a pensar em como seria se você pudesse me ver agora. Continuo a pensar se você, assim como eu, também fica me procurando em outros rostos. Continuo a pensar se, caso eu pudesse te ver agora, nesse exato momento, você teria a mesma reação que eu.. se você pudesse me ver agora.

31 de agosto de 2013

Saudade

Essa tal de saudade é complicada.
Primeiro se instala, como quem não quer nada.
Depois incomoda, como se dissesse à você que ficará ali por um bom tempo.
Mais tarde te aprisiona.

E você
fica
ali
pra sempre.

19 de agosto de 2013

Anjo

Em uma noite qualquer pode acontecer muita coisa. Um exemplo? A história que vou contar agora.

Era julho de 1982. A rua estava deserta e a única companhia que tinha era a minha própria sombra projetada através dos postes de luz. Eu caminhava tranquilo e sem direção, a fim de descobrir um lugar ao qual eu pertencesse. Todo mundo quer pertencer a algum lugar e comigo não era diferente.

Já fazia alguns dias que não sabia mais o que fazer. Meus pais haviam morrido uma semana antes em um trágico acidente de carro. Eu estava perdido, não vou negar. Mas o que eu queria mesmo era acabar com aquela dor. Não gostava do fato de saber que, quando eu acordasse, não teria mais o sorriso de minha mãe para espantar meu mau humor matutino diário. E eu não gostava, também, do fato de ter que passar as próximas datas festivas sem escutar as piadas (sem graça, diga-se de passagem) do meu pai. É, a vida, às vezes, é estranha. E injusta.

Acostumei-me a fazer o mesmo trajeto todas as noites, sempre no mesmo horário. Sei onde é que estão os melhores bares da região, com as melhores formas de consolo que possam existir. Fora a cerveja, garotas fazem um bem danado à mim. Não sei bem por que, mas deve ser aquele jeito que só elas tem. Sabe, o de melhorar qualquer coisa. Com uma palavra, um carinho, um beijo ou... bom, uma trepada.

Certa noite conheci uma pequena. Mas não uma pequena qualquer, era a minha pequena. Ela tinha um jeito único de ser, sabia cuidar de mim como ninguém nunca soube. E eu... eu gostava disso. Sentia falta de ter alguém me esperando em casa depois de um dia cansativo que normalmente levava no jornal. E eu chegava, e ela me abraçava e me beijava e me amava. E ela me vivia, e eu a despia e a fazia minha.

E era dessa forma que a gente levava os nossos dias. Éramos leves, tranquilos, não tínhamos medo de qualquer coisa que estivesse por vir. Era eu por ela, ela por mim. Do começo até o final. Fizemos muitas coisas inimagináveis, coisas que, sinceramente, não preciso escrever aqui. Sabe como é, intimidades. Mas uma coisa eu posso afirmar à vocês, meus caros: eu não queria ela longe de mim de jeito algum. Ah, não mesmo.

Mas, em uma noite de lua cheia e alguns copos a mais no organismo, algo realmente impactante aconteceu. Nós estávamos voltando de uma festa. Aqueles tipos de festa que acontecem uma vez no ano e que não dá pra perder. Pois bem, daquele dia só me lembro de uma luz. E do baque. E, é claro, da sensação de perder mais uma pessoa.

Mais uma vez a vida foi injusta. Não por culpa dela. Muito menos por culpa minha. Ela simplesmente... foi. Conseguiu tirar de mim aquilo que mais me importava. Mas agora já não posso fazer muita coisa. Posso dizer que aqueles 36 meses que passei ao lado dela foram os melhores meses de toda a minha vida. Mas acabou.

E hoje eu sei que todas as noites ela reza por mim. E eu, todas as noites, olho por ela.

(...) Não importa pra onde olhar, sei que você vai estar aqui.

6 de agosto de 2013

Ele, ela

Ele era sonhador demais. Pensava que o mundo poderia ser exatamente do jeito que ele quisesse. Tinha medo do que estava por vir. Desde pequeno tinha um único objetivo: o de fazer as coisas acontecerem. Mas muitas portas se fecharam diante dele. E, a cada vez que isso acontecia, pensava que de nada mais adiantaria tanto esforço. Chegou a pensar que qualquer tentativa seria em vão. Mas tudo bem, continuou sonhando.

Ela fazia o tipo popular. Cobiçada pelos rapazes desde o tempo de escola, sabia aproveitar a vida que levava. Do jeito certo? Provavelmente não, mas aproveitava e era isso que importava. E mesmo com tudo isso, sentia que lhe faltava algo. Não sabia o que ou quem, mas sentia aquele vazio apertar cada vez mais. Resolveu mudar, então, o jeito de encarar as coisas. Passou a se preocupar um pouco mais e a dar valor para o que realmente era necessário. Não deu muito certo, pois o vazio continuava lá, intacto. Talvez não tenha se dedicado totalmente, pensou ela. Mas continuaria tentando.

Ele tinha medo de ser feliz, mas queria mudar isso. Sabia exatamente onde deveria ir em busca da sua própria felicidade. Foi.

Ela não tinha tanta certeza do que precisava ser feito para preencher o espaço que permanecia em seu peito. Tinha um vago achismo, mas certeza não. Ficou.

Ele sempre era o ridicularizado no tempo de escola, o diferente que sempre incomodava. Não entendia o porquê, sempre foi estudioso, muito na dele, não incomodava ninguém. Talvez fosse por isso, vai saber. As pessoas são estranhas, pensou ele. Mas garantiu que nada mais iria lhe atrapalhar.

Ela trocou de companhias, mudou de hábitos, conheceu novas pessoas e já nem lembrava mais de quem costumava ser. Pensava em se casar, fez planos de um dia viajar. Tudo a seu tempo e do jeito que tem que ser.

Ele começou a se socializar mais, amigos conquistou e mulheres namorou. Porém, nenhuma ainda tinha lhe chamado a atenção inteiramente. Queria encontrar, sabia que algum dia algo lhe surpreenderia.

Se encontraram em uma certa manhã. Ele indo para o trabalho, ela para a sua corrida matinal de todos os dias. Mesmo sendo rápida, a troca de olhares entre os dois comprovou duas coisas: ela preencheu o vazio e ele teve toda a sua atenção voltada à ela.

Naquele momento eles souberam que tinham se completado.
E o final feliz está logo ali. ♥

27 de julho de 2013

Valer a pena

Muita coisa eu quis e desisti. De muitas eu não desisti e não consegui. Sempre me disseram que isso aqui não ia ser fácil. Concordo. Só que tem um porém nisso tudo: aprendi a olhar para as soluções ao invés de olhar para os problemas. Ajudou.

Continua não sendo fácil? Continua. Mas a gente dá aquele jeitinho maroto de ajeitar as coisas, sabe como? As coisas nunca vão ser do jeito que esperávamos. Podem ser melhores, basta querer.

As pessoas que quis que ficassem comigo? Foram embora. E eu sequer sei o motivo. Simplesmente sumiram. Se sinto falta? Absolutamente. Mas eu vou fazer o que? Não tem nada a ser feito. Se elas seguiram suas vidas, eu seguirei a minha.

O rumo só o tempo irá dizer. Não tracei nenhum plano. Não era o objetivo. Sempre fui desses que espera o inesperado surpreender. Vai que há algo me esperando por aí? Às vezes sim, às vezes não. Nunca se sabe.

Se sim, ótimo. Vou fazer valer a pena. Se não, tudo bem. Sei que o que é meu está guardado. Está trancado em algum lugar. Eu só preciso encontrar a chave.

De que jeito eu ainda estou estudando. Quero que seja memorável. Não só pra mim, pode ter certeza. Não nasci pra perder e vou mostrar isso pras pessoas. Agradeço àqueles que me trouxeram até aqui, mas daqui pra frente sou eu por mim mesmo.

Batalhando aos poucos.
Matando um leão por dia.
Fazendo valer a pena.
Sempre.

18 de julho de 2013

Solidão

Acordo, olho pro lado, não te vejo.
Levanto, ando, não te encontro.
Percorro, procuro, já não sei o que fazer.

Telefone toca, coração dispara.

Atendo, não entendo, você diz que nunca mais irá voltar.
Retruco, pergunto: o que será de nós?
Presto atenção, percebo que o que jamais existiu enfim se acabou.

Paro, fecho os olhos, lembro dos segredos.
Escrevo, um enredo, palavras ditas já não existem mais.

Da janela, o luar.
Luar que um dia iluminou a nossa história e hoje sela o nosso fim.

Viajo, não reparo, o que é seu ainda está guardado.
Recomeço, passo a passo, quem sabe uma hora encontro de fato o que me é destinado.

As cartas que um dia te escrevi, hoje me lembram o que quero esquecer.

Mudei o disco, virei a página, reescrevo o que a saudade deixou.
Rastros inacabados, corações quebrados.
Sei que um dia a vontade passa e a esperança volta.

E a vida? A vida continua.

17 de julho de 2013

Eu só quero que você saiba que isso não vai ser pra sempre

Sei que você tentou, de todas as maneiras me encurralou e me persuadiu. Até que, enfim, cedi. Não é algo fácil fazer com que eu aceite uma mudança. Mas vamos lá, não custa nada. Pelo menos é o que dizem por aí.

Por tanta coisa passei e por tantas pedras tropecei. Já não sei o que seria de mim sem a sua mão pra me apoiar. Quero dizer, você realmente esteve ali pra me ajudar. Sei que muitas coisas que fiz, sequer mereciam a sua atenção. Confesso que sou uma alma quebrada, estilhaçada, andando por aí. Sem rumo e sem direção. Vou até onde o vento me permitir.

Mas tem uma coisa que você talvez não saiba de mim. Todas as pessoas que um dia me fizeram mal, de um certo modo construíram algo aqui dentro. E digo mais: é algo do qual não me orgulho. Cabe a você, agora, tentar descobrir do que estou falando. Não dou o ouro tão fácil assim para o inimigo, me desculpe.

Sabe aqueles dias que tanto significaram pra você e pra mim? Não há um dia sequer em que eu acorde e não me lembre deles. Realmente, algo foi construído ali. E agradeço. Você, dentre outras pessoas, conseguiu, por um momento, fazer com que eu me sentisse especial de certa forma. Mas acabou. Cansei.

Não me leve a mal, mas creio que ainda está muito cedo para desconstruir a fortaleza que eu mesmo pus em torno de mim. A verdade é que, de tantos espinhos que um dia me feriram, acabei criando uma cicatriz que, sinceramente, não estou disposto a expô-la novamente.

E sinto que você será apenas mais um espinho dentre todos os outros que estão no meu jardim.

8 de julho de 2013

Despedida

Eu sempre quis ser diferente das outras pessoas. Sempre tive vontade de sair por aí. Viajar; explorar; viver. Parece uma coisa tão simples, mas se parar pra pensar, tudo isso demanda tempo. E força de vontade. Não que eu não tenha isso, eu tenho. Só não agora.

Tanta coisa aconteceu nesses últimos dias. Se eu for parar pra explicar tudo, você para de ler essa carta agora, amigo. E não é essa a intenção. Por muito tempo eu venho procurando alguém pra me ouvir e, enfim, você surgiu. Agradeço, viu? De verdade. Não é sempre que encontramos uma pessoa disposta a perder uns minutos do seu tempo para ler um relato que, convenhamos, é meio sem sentido. Mas vamos lá.

Ontem decidi tirar da minha vida o que, até então, era um dos meus principais motivos para sorrir. Estranho, eu sei. Mas vai ser melhor assim. A verdade é que já fazia algum tempo que eu não sorria. E ninguém é obrigado a viver dessa forma. Sou daqueles que ainda insiste em pensar que cada indivíduo possui uma alma gêmea perdida nesse mundão afora. Besteira.

É engraçado ver o quanto as pessoas a minha volta sorriem de uma forma natural. Não consigo me lembrar quando dei o meu último sorriso sincero. Acho que já comentei isso. Não, não é exagero não. Fui deixando aquela dor saudável ir me dilacerando aos poucos. E quando achei que já estava tudo cicatrizado, veja você, me pegaram de surpresa.

Às vezes o inesperado nos surpreende.

Bem, já tentei, de várias formas até, deixar isso de lado e continuar a minha vida. Mas é complicado. Pelo menos pra mim. Ok, pode parecer falta de vontade. Talvez até seja. Mas se você voltar lá no começo, verá que me falta isso no momento. Sei que a vida não pode se auto colorir. Mas saiba que já comprei até meus 24 lápis da Faber. É um começo.

Estou disposto a não mais viver dessa maneira. E sabe o porquê? Já cansei de deixar as pessoas brincarem com o que sinto. Confesso que de uns tempos pra cá acabei fazendo isso também, só pra ver qual é a sensação. E ela não é legal, acredite. Me pergunto a cada manhã quando é que o sol resolverá aparecer novamente. Não tenho resposta. Creio que seja eu mesmo o autor dela. Trabalharei nisso.

Mas antes, despeço-me. Obrigado pelo seu tempo (se é que você chegou até aqui). Meu trem está para partir.

E eu estou indo. Pra lugar nenhum. Um lugar qualquer.

7 de julho de 2013

A vida como ela é

Sabe-se que pessoas do sexo masculino demoram mais para amadurecer. Eu que o diga. Ah, desculpe-me! Meu nome é Júlio. Tenho 22 anos e não sou nada mais do que um menino. Na sua linguagem, moleque. Tenho uma imaginação bem fértil, a qual apresenta fragmentos da realidade. Por que não, certo? Errado.

Vou explicar melhor: idealizei um modelo de mulher que gostaria de ter sempre ao meu lado. Como ela é? Um olhar atraente com um look impecável. Feminina, sabe? Comparando a mim, o oposto do que sou.

Veja bem, não sou muito de cuidar da minha aparência. Faço mais o estilo desleixado, com uma barba mal feita no rosto e muita história pra contar. Falando em história, estou aqui pra contar uma muito boa. Certo dia, resolvi confiar um pouquinho mais no meu instinto e conceder a mim mesmo uma chance de ser feliz. Ora, todo mundo quer um dia apresentar para a mãe a sua futura nora. Porém, a única coisa que me impediu de fazer isso, até agora, foi a minha própria sede insaciável de imaginar situações. Quanta ironia!

Mas tudo bem, consegui apreciar algo (ou melhor, alguém) por esses dias aí. Gabriela. Esse é o seu nome. Entre amigos em comum consegui agregar algo positivo fora da imaginação. No começo tudo ia muito bem, obrigado. Mas o tempo foi passando e ele é meio traiçoeiro, sabe. Comecei a pensar em coisas que não devia e, é claro,  vez ou outra dava com a língua nos dentes.

Talvez tudo isso esteja meio confuso pra você. Pra mim também está, acredite. Até hoje ainda não entendi o verdadeiro motivo dela ter me deixado. Quer dizer, nunca a tive em minhas mãos para poder dizer agora que não tenho mais. Que seja. O problema sou eu mesmo. Sempre foi. E acho que sempre vai ser.

Vou explicar: na minha cabeça, todas as mulheres desse mundo são iguais àquela que idealizei. Lembra dela? Pois então. A questão é que esqueceram de me avisar que as coisas aqui fora são um pouquinho diferente.

O amor está cada vez mais escasso e a vida tornou-se uma competição.

E eu? Eu vou seguindo por aí, até onde me deixar permitir. O que não é muito, confesso. Mas vou levando. Tentando. Tropeçando. Nos meus próprios pensamentos. Na minha própria imaginação. Quem sabe um dia eu consiga o que tanto quero. Quem sabe um dia eu consiga parar de pensar menos e fazer mais. Quem sabe um dia eu encontre outra Gabriela na minha vida.

É... quem sabe.

15 de junho de 2013

18 em 3

Direitos
O povo acordou. Brasil se movimentou.

Criatividade
Passou, olhou, sorriu e foi embora.

Amor
Idealizou. Quando finalmente viu, se decepcionou.

9 de junho de 2013

Sobre tudo o que quis dizer um dia e não consegui

Certas coisas a gente não consegue esconder. Muito menos prever. Elas simplesmente acontecem. E, meu amigo, vou te dizer, é complicado. Sabe todas aquelas vezes em que você tentou fazer algo diferente e que valesse a pena? Me diz... valeu? Porque, assim, eu preciso saber. Me coloquei numa situação e confesso que já não sei mais como sair dela. Tantas vezes me peguei imaginando diversos acontecimentos... O problema é que nada saiu disso, ficou tudo apenas na imaginação.

Por tanto tempo quis botar isso pra fora, sabe? Me desculpa se to te enchendo, mas é que você estava aí, parado. Talvez na hora errada e no lugar errado. Se quiser sair, tudo bem. Aproveita enquanto há tempo. Mas olha, só uma coisa, a cerveja ainda não acabou e a festa mal começou.

Tá vendo aquela pequena ali? Fiquei com ela por um bom tempo. Tá, talvez não seja tanto tempo assim, mas sabe aqueles tipos de relacionamentos que, se parar para pensar em tudo, dá um belo de um livro? Então, a nossa história foi mais ou menos assim. Não vou ficar aqui contando tudo, vai que um dia eu resolva colocar tudo no papel mesmo. Seria legal.

Ah. Devaneios. Acontece.

Voltando. Ela me deixou. Não sei o motivo até hoje. Quer dizer, ela falou qualquer coisa sobre eu não levar a vida muito a sério. Ou será que foi algo sobre ela querer alguém mais sério? Não sei. Bom, independente de qual seja, prefiro não acreditar. Sabe como é, prefiro ter em minha mente que ela ainda vai voltar pra mim um dia.

O que? É, eu vi. Ela tá dando maior mole pro rapaz ali. Mas sabe o que vai acontecer? É, é, eu também não sei. Mas escuta só. Eles vão dar uns amassos e pronto. Química. Nada mais. (Ou vão ser o amor um da vida do outro e ainda vão me mandar o convite do casamento. Prefiro a primeira opção.)

Sim, eu estou bem. É só que... deixa pra lá. Não vale a pena. Aliás, não sei se algo que fiz na minha vida inteira valeu a pena. A verdade é que eu quase desisti. Juro que pensei em jogar tudo pro alto e tentar ser um outro alguém em algum lugar muito longe daqui. Eu queria ficar longe de mim, sabe como? Mas uma coisa eu aprendi: não importa onde você está, nossos atos e falhas sempre vão ficar. Esculpidos em meio a inocência da humanidade, onde nada mais poderá alterar ou ser alterado.

Já me disseram que tenho um ar meio solitário. Pois bem, aprendi a conviver com a minha solidão. Não é nada demais, na pior das hipóteses, ela se torna uma espécie de companhia. E quer saber? Eu não me importo.

Você tem um cigarro aí, por acaso? Ótimo. Toda essa conversa me deixou nervoso. De qualquer forma, obrigado pelo seu tempo e pela sua paciência. Um dia a gente se esbarra por aí.

Em outra festa qualquer de uma cidade não muito explorada.

24 de maio de 2013

Inverno

Texto publicado na Revista Subversa.

Hoje o dia amanheceu frio. E logo que acordei, percebi o porquê. Tudo bem, o inverno está chegando, a tendência é ter os pés gelados mesmo. Mas todo mundo sabe eu sei que o meu inverno dura o ano todo. Pelo menos desde o dia que perdi você.

Eu ainda não sei como tudo aconteceu. Não sei se foi erro meu ou seu. Provavelmente meu. Ou seu, porque sabe, essa mania que tenho de colocar toda a culpa nas minhas costas eu ainda não perdi. E, provavelmente, não vou perder. Acontece. 

Aprendi que a natureza das coisas é exatamente essa: a gente vai, enfrenta tudo, conhece alguém bacana pra te ajudar a enfrentar esse tudo e no final... Ah, no final cada um vai pro seu lado e você continua indo e enfrentando tudo. Problema quando esse tudo agrega uma pequena carga emocional, né? É. Não sei você, mas eu não sei lidar direito com os meus mais sinceros sentimentos.

Tanta gente já tentou me mostrar que não vale a pena ficar alimentando lembranças de um passado nada ruim. Se me perguntam de você, digo que está bem, quando na verdade nunca mais soube da sua vida. Fiquei sabendo por aí que você já me esqueceu. Prefiro não acreditar, por mais que eu tente. Mas na minha cabeça, tudo o que a gente passou irá permanecer e, um dia, você vai voltar correndo e dizer: "eu me enganei".

***

Esquentou um pouco. É que preparei meu café, sabe? Na verdade, já até arrumei a cama pra dar aquela sensação de que você continua aqui; que não foi embora. Lembro das risadas que a gente dava quando contávamos um ao outro o que sonhamos. E das broncas que recebi por sempre estar com o pé no chão. Ah, os beijos de bom dia, eu guardei todos. Eles ainda são seus.

Estive pensando e, hoje, nem que seja só hoje, eu vou te procurar. Nem que seja em um livro, uma música ou um outro alguém. A saudade pegou de jeito, preciso amenizá-la.

Sabe aquele seu livro de adolescente que eu tanto debochava? Então, eu já folheei umas páginas algumas vezes, e confesso que me surpreendi com as palavras. Sabe, coisas do tipo "A dor pode até estar te machucando hoje, mas algo melhor do que aquilo que você já teve está te esperando. O ontem já passou, não adianta ficar pensando no que não deu certo. E o amanhã nunca se sabe. Vai que sua grande chance de mudar tudo isso está bem ao seu lado. Dê uma olhada, perder o que nem se tem você não vai." a gente não lê todo dia.

***

Resolvi pensar um pouco em mim. Comecei pelo rosto. Tirei a barba que um dia você tanto criticou. Dei um trato nas minhas roupas também.  Já não estava pegando bem aquela camiseta que te servia de pijama. Dei pro cara ali, tá vendo? Ele tava passando frio. Afinal, ainda é inverno. Mas é aquela coisa, consegui encontrar uma maneira de amenizar os meus pés gelados. Bom, não só os pés.

Encontrei uma pessoa, sabe? Às vezes o que a gente realmente precisa é de alguém que se importe. E acredite, eu também me importo. Sei que o que a gente teve foi rápido intenso, mas eu to feliz com esse meu novo rumo. E eu consegui te deixar um pouco de lado.

Encerro por aqui a minha rotina de escrever sobre você e para você. Um dia, eu sei, as lembranças vão insistir em reaparecer. Mas aí o inverno já vai ter passado e não vai ter tanto problema.