22 de abril de 2012

Fim do furacão

Sei que tem muita coisa estranha acontecendo por esses tempos. É tudo tão inesperado; inusitado. São coisas boas, na maioria. Mas rola de aparecer aquela sensação ruim de vez em quando.

Agora que me ajeitei, não posso me deixar levar por aquilo que me fez mal por tanto tempo. Custei a abandonar tudo pra ter uma vida de... diria de gente grande. Acho que to indo bem, espero continuar assim.

A única coisa que ainda me incomoda é o fato de ter deixado algumas pessoas pra trás. Mas não porque eu quis. Sabe, eu me importo com quem tá comigo, até demais. O problema é que isso não é recíproco. E aí, eu quebro a cara. Tudo bem, eu tentei. De todas as formas possíveis eu tentei. Só que não deu.

Cansei de insistir nos mesmos erros. Não vai dar. Ponto.

Se agora to no caminho certo eu já não sei. O que sei é que não posso mais voltar, porque finalmente a vida me deu uma chance de acertar.

16 de abril de 2012

Quando palavras já (não) dizem

A princípio era uma pessoa normal. Mas quem o realmente conhecia, sabia que ele tinha algo de especial. Ele tinha um dom que poucas pessoas tem: o de escrever. Só que, normalmente, escritores não são levados muito a sério. Em seu caso, as pessoas diziam que ele era muito emotivo. Levava sempre para o lado pessoal. Mas ele não ligava.

Não era lá um dos caras mais bonitos que alguém já viu, mas sempre andava com boa aparência. Tinha um círculo de amizades até que razoável. Era bem sociável e com um ótimo humor. Ponto positivo. Mas quando colocava em mente que iria escrever algo que o tornaria conhecido mundo a fora, fechava-se em seu próprio mundo e ai de quem tentasse algum tipo de conversa com ele.

Certa vez, no meio de uma crise de criatividade, resolveu caminhar pela rua. Com mil pensamentos na cabeça – mas nada concreto – não percebera onde tinha acabado de entrar. Quando finalmente se deu conta, estava numa mesa de bar, com um copo de cerveja na sua frente, um cigarro aceso entre seus dedos e uma bela moça lhe acompanhando. Mal pôde acreditar. Aquelas coisas não aconteciam com ele. Não a parte da cerveja e do cigarro, mas sim a da moça. “Tira essa cara de bobo do rosto. Não, não fale nada. Espera. Ela vai falar com você.”, pensava o rapaz.

— O bar estava cheio e, como a sua mesa estava com um lugar disponível, sentei aqui mesmo. Você não se incomoda, né? Eu não vou te atrapalhar. É que às vezes eu venho aqui apenas pra fugir de tudo, tomar uma cerveja, sabe como é. Aliás, me chamo Ana.
— Gabriel. E não, não é incômodo nenhum. Fique o tempo que precisar. — e sorriu.

Conforme iam conversando, mais ele a achava interessante. Conversaram sobre todo tipo de assunto que pode se conversar. Filmes, músicas, livros, até mesmo histórias inimagináveis ocorridas com eles mesmos.

— Mas então, o que você faz da vida? — pergunta Ana.

“Pergunta crucial, podia me perguntar tudo, menos isso. Quem ela pensa que é? Calma, calma, vai dar tudo certo.”.

— Bom, acredite você ou não, eu escrevo.
— É escritor então? Hm...

“Hm? Que coisa mais...vaga! Mas calma, Gabriel. Relaxa, continua a conversa.”

— Sim. E estou no meio de um projeto. A propósito, acabei entrando nesse bar justamente pelo mesmo motivo que você.
— A cerveja? — e riu.

Ele não esperava essa resposta e a acompanhou na risada.

— É, também. Mas principalmente pra fugir. Sabe, eu não sou desses que escreve coisas planejadas. Eu preciso sair, vivenciar, pra daí sim escrever. Preciso fugir. Das pessoas e até de mim mesmo.
— Eu, com certeza, não ia querer fugir de você.

E a conversa, dessa forma, foi fluindo. De palavras, passou para um contato visual. Um contato profundo, sincero. E, naquele momento, o rapaz apenas desejava que ela topasse em ir com ele pra um lugar menor, com mais privacidade. A verdade, é que ele queria deixar, de alguma forma, esse acontecimento registrado. Nem que fosse nas suas palavras. O que, de fato, ele sabia fazer de melhor.

10 de abril de 2012

(Sem) próxima parada

Obstáculos. Sempre vão ter uns desses aí pra atrapalhar. Às vezes, uns enormes. Daqueles que, se depender, tu passa por baixo. Evita. Mas é aquela coisa, tu vai pelo mais fácil. É que tá logo ali, sabe? Não demora, passa logo. Tem dias que sou assim. Desses que simplesmente.. evita.

E aí, quando tu percebe, já foi. Não dá pra voltar. Aquilo que tu fez, vai ficar daquele jeito. Justo ou não, é assim que as coisas acontecem. E não adianta depois ficar se lamentando. Ou seja lá o que tu faz. As coisas já foram feitas. Tu, simplesmente, te aquieta.

Os pensamentos, ah, esses afloram. E se eu fizesse daquele jeito. Ou se eu não falasse certas palavras. Ou, ainda, se eu não tivesse botado tudo a perder. Aliás, botar tudo a perder é o que de melhor eu faço. Não é? É o que dizem por aí. Que eu tenho um gênio forte. Desses que atropela tudo (e todos). Sabe? É... Tá complicado.

Mas a gente ergue a cabeça, segue em frente. Se eu tivesse desistido diante de qualquer dificuldade, caramba, certamente não estaria mais aqui. Eu sei que sou meio fraco, meio sensível, desses que qualquer futilidade já mexe contigo. Mas se eu to lutando por algo que realmente quero, nada me derruba. Ou quase nada. Ou quase-quase nada.

Quem é que disse que a vida é fácil? Eu to aqui, na luta. Agora eu vou até o fim.

Enfim. É isso.

5 de abril de 2012

Eu sei

Vou me arrepender ainda dessa minha decisão. Mas o que fazer se nem tudo está ao meu alcance?

Tanta coisa em mente e pouca oportunidade pra colocar em prática. A vida não é feita só de coisas-que-estão-na-mente. Eu sei. Mas eu fico aqui, na luta, até conseguir o que realmente quero. Não vai ser fácil, mas a gente tenta. Sempre tenta.

E vai tentando. Até conseguir. Sempre consegue, não vai ser diferente. Só é preciso de um pouco, como é mesmo o nome?, positividade! E isso, vou confessar, tá vindo aos montes. É raro acontecer comigo. Mas às vezes acontece. É só questão de esperar. Eu sei.

Mas enquanto nada disso acontece, cada qual na sua hora certa, eu espero. Mas espero naquelas, cheia de esperança. Uma hora acontece. Como já me disseram uma vez: "Você não pode abraçar o mundo". Mas, o meu, talvez eu possa.

Eu sei.