Universo infinito

Trilha sonora: Lost Stars - Adam Levine ♪

De tudo o que já passou pela minha vida, eu com certeza sinto falta das nossas conversas e de como vivíamos durante os nossos dias. Cada dia era lindo, nós acordávamos e já planejávamos o que ia acontecer. Sabe, cada palavra sua foi de extrema importância. Talvez sem elas eu não teria conseguido seguir em frente assim como segui logo que você me deu as costas e foi embora. Mas é como eu repito para mim mesma todos os dias: tá tudo bem.

Ao final de tudo, nós somos apenas uma única partícula de pó diante de um Universo tão gigantesco como esse que nos rodeia. Eu realmente não acredito que uma pessoa se vai para outra melhor tomar o seu lugar, porque se fosse assim, eu já estaria muito bem acompanhada. E isso não aconteceu até agora. Mas tá tudo bem. 

Eu continuo sorrindo enquanto percorro o meu caminho, continuo acreditando que a solução uma hora irá aparecer, seja em forma positiva ou negativa. Eu to pronta pro que vir, pro que tiver que acontecer. E tá tudo bem se você, mesmo assim, não quiser continuar ao meu lado. Eu sei que em algum momento da minha vida as coisas vão se ajeitar, com palavras, gestos e pessoas que são merecedoras de tudo isso que tenho a oferecer.

Mas, torno a repetir, eu sinto falta. Você pode ter ido embora ao abrir da porta, mas do fundo do meu coração, você não me fez mal algum. Muito pelo contrário! Eu me recordo apenas de coisas boas quando mencionam o seu nome. Olha só o quanto de coisas que nós vivemos! O meu primeiro beijo, o meu primeiro amor, nossos planos, tudo... É certo que fomos imaturos em muitos dias, mas quem pode nos culpar? Se a cada dia vivido, a gente aprendeu muito mais se tivéssemos nos privado de imaginar e de fantasiar um futuro imprevisível.

Ainda me pergunto nas caladas da noite se você se lembra de mim com o tanto de carinho que me lembro de você. E se caso não se lembre, tá tudo bem. Porque ao final de tudo seremos as mesmas partículas de pó. As mesmas partículas que o Universo rege e que irá unir lá na frente, a gente querendo ou não.

E tá tudo bem, porque se tivermos que nos reconectar em certo momento da vida, aquela sensação de perda e solidão que eu particularmente sentia, terá um fim e tudo recomeçará do zero, como se eu ou você não tivéssemos existido. Como se eu e você não tivéssemos compartilhado momentos, gestos, palavras, amor. Como se eu e você não passássemos de estrelas perdidas em meio a um Universo infinito.

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Cartas sobre o começo do fim

Trilha sonora: P.S. I Hate You - Simple Plan ♪

A que ponto chegamos!

Ainda não consigo acreditar que você, logo você, conseguiu entrar na minha vida, fazer o que quisesse com ela e sair como se NADA tivesse acontecido. Mas olha só, vou te dizer uma coisa: aconteceu sim. E não foi por pouco tempo. Foi por alguns bons anos de nossas vidas. Sim, nossas. Ou você aprendeu a amar sozinha nesse meio tempo que estamos separados? Se aprendeu, por favor, me ensine. Na verdade, não acredito nisso. Não existe isso de amar sozinho. Pode haver, sim, um amor não correspondido, mas sempre haverá um receptor de todo esse sentimento que fora criado. E é uma merda, cara. Porque quando a gente acha que tá tudo se encaminhando, vem um pé de vento do além e derruba tudo o que você tinha construído até ali. 

Não sei direito se foi um pé de vento que cruzou o meio do nosso caminho, e agora também pouco importa o que foi. Algo bom tenho certeza que não foi, até porque se fosse, você não teria sumido assim tão de repente. Não te culpo pelo sumiço, eu também sairia de perto de mim caso pudesse. Os meus defeitos são incontáveis, mas espero que as qualidades consigam preenchê-los. Pelo menos para alguém, já que pra você não deu muito certo. Sabe, tá tudo bem. De verdade. Eu toquei a minha vida normalmente, acordando cedo e dormindo tarde, trabalhando no mesmo local de antes, essas coisas que você considerava, muitas vezes, como algo banal. Mas acredite, elas não são, muito pelo contrário. Esse tipo de rotina te faz perceber o real motivo pelo qual você está se submetendo a aquilo. E eu finalmente percebi. Não o motivo, mas que você não estava mais ao meu lado para desviar o meu foco.

Chega a ser irônico tudo isso. Eu tenho que escrever mais uma vez para você quando jurei te esquecer. A gente nunca mais se viu, nunca mais se falou. Vez ou outra que o porteiro me avisava que tinha correspondência pra mim, mas eu tinha medo de que você fosse a remetente, então jogava todas no lixo antes mesmo de ler cada uma delas.  A gente realmente era bom nesse negócio de viver juntos, né? Bom, pelo menos era pra ser. Na verdade, a gente era sim. Até você fazer o que fez e arruinar com toda a história bonita que tínhamos.

Não sei até que ponto um corpo em inércia pode aguentar tanta ação involuntária vinda de um objeto sem importância alguma. Eu sinceramente não sei.

As pessoas me perguntam de você quando me encontram nas ruas. E eu nunca sei o que responder, se a verdade ou alguma mentira que possa inventar na hora. Acabo sempre escolhendo a segunda opção. Não porque ainda não aprendi a viver sem você, mas pelo simples fato de não querer explicar pela enésima vez que você saltou, pulou do barco, naufragou. Eu sei que foi isso que você fez, você também sabe, mesmo não querendo admitir. E como já disse antes, tá tudo bem. Porque finalmente consegui perceber o quão sufocante você conseguia ser.

Acabou!

Não quero mais me lembrar de você, não quero sequer imaginar como seria a minha vida se ainda estivesse com você. Viver de forma manipuladora eu não quero mais, então faça um favor para mim e para você: não me escreva mais nenhuma vez. Não te suporto e não sei se te suportarei. As suas cartas que jamais li jazem em um fogo que implantei no meio do meu peito, pois é de lá que todo esse sentimento perverso, egoísta e mesquinho não deveria nem ter saído. 

Então não me procure mais não, não quero papo com quem mal consegue se respeitar, imagina respeitar quem está por perto. O sufoco eu não quero mais, nem o charme, as músicas, muito menos as lembranças que você faz questão de enviar junto com essas cartas.

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Dia 3

Eu tenho tanto pra falar, mas pouco pra escrever. Sabe, são tantos sentimentos guardados aqui dentro, que já não sei mais como me expressar. Veja bem, olhe no calendário. Você se lembra de alguma coisa? Você se lembra de como esse dia de hoje significava algo para você há alguns anos? Não só pra você. Na verdade, quando me refiro a você, me refiro a mim; a nós. 

Eu te guardei por tanto tempo aqui dentro de mim, que sinceramente não sei mais me referir a você sem lembrar de tudo o que passei por sua causa. Foram dias de sofreguidão, sem saber como encarar tudo aquilo sozinha. Afinal, eu sempre tive você para me apoiar. Mal e porcamente, mas tive. Você, mesmo quando não estava, me dava uma força descomunal para encarar toda a situação difícil pela qual estava passando e seguir em frente como se nada tivesse acontecido.

Eu sofri demais, chorei por dias e dias, acreditando que aquilo nunca iria passar. Eu deixei de comer, de ver os meus amigos, até mesmo de escrever, que é a coisa que sinto mais orgulho dentre todas as que faço no meu dia a dia. E tudo por quê? Porque você foi embora sem ao menos se despedir. Pra ser sincera, eu espero o seu adeus até hoje, mesmo sabendo que nunca o terei. É inadmissível saber como você está bem sem mim, sendo que lá atrás você fazia questão de afirmar que eu era tudo pra você. Quantas mentiras saíram dessa sua boca que tanto almejei... Você nem sequer se dá conta, mas depois de tudo o que aconteceu entre nós, eu acabei descobrindo todas elas, uma a uma.

Eu não te peço perdão, até porque não fui eu quem errou. Tampouco te peço pra voltar, pois percebi que sozinha eu sou bem melhor. Hoje eu saio mais e me preocupo menos. E tudo isso porque você abriu os meus olhos. Esses mesmos lindos olhos que um dia você tanto elogiou. De você, hoje, eu já não quero mais nada. Na verdade, gostaria apenas de saber se você realmente está feliz ou se apenas aparenta estar. Porque, te digo uma coisa, eu estou e sou feliz. Passei por uma fase escura sim, mas é tudo aprendizado, né? Cresci muito, aprendi a não depender de ninguém, segui os meus sonhos, alcancei os meus objetivos. Ah, voltei a escrever também. Não mais sobre você, mas sobre outras coisas que são relacionadas a você.

Percebe como até hoje você influencia no meu percurso? Percebe como você paira como um fantasma sobre a minha vida? Percebe o quanto estou bem sem você pra bloquear o meu caminho? Percebe como esse dia realmente teve importância durante toda a nossa história? E é só esse dia, porque outros dias 3 não existem dentro do mês.

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