27 de julho de 2013

Valer a pena

Muita coisa eu quis e desisti. De muitas eu não desisti e não consegui. Sempre me disseram que isso aqui não ia ser fácil. Concordo. Só que tem um porém nisso tudo: aprendi a olhar para as soluções ao invés de olhar para os problemas. Ajudou.

Continua não sendo fácil? Continua. Mas a gente dá aquele jeitinho maroto de ajeitar as coisas, sabe como? As coisas nunca vão ser do jeito que esperávamos. Podem ser melhores, basta querer.

As pessoas que quis que ficassem comigo? Foram embora. E eu sequer sei o motivo. Simplesmente sumiram. Se sinto falta? Absolutamente. Mas eu vou fazer o que? Não tem nada a ser feito. Se elas seguiram suas vidas, eu seguirei a minha.

O rumo só o tempo irá dizer. Não tracei nenhum plano. Não era o objetivo. Sempre fui desses que espera o inesperado surpreender. Vai que há algo me esperando por aí? Às vezes sim, às vezes não. Nunca se sabe.

Se sim, ótimo. Vou fazer valer a pena. Se não, tudo bem. Sei que o que é meu está guardado. Está trancado em algum lugar. Eu só preciso encontrar a chave.

De que jeito eu ainda estou estudando. Quero que seja memorável. Não só pra mim, pode ter certeza. Não nasci pra perder e vou mostrar isso pras pessoas. Agradeço àqueles que me trouxeram até aqui, mas daqui pra frente sou eu por mim mesmo.

Batalhando aos poucos.
Matando um leão por dia.
Fazendo valer a pena.
Sempre.

18 de julho de 2013

Solidão

Acordo, olho pro lado, não te vejo.
Levanto, ando, não te encontro.
Percorro, procuro, já não sei o que fazer.

Telefone toca, coração dispara.

Atendo, não entendo, você diz que nunca mais irá voltar.
Retruco, pergunto: o que será de nós?
Presto atenção, percebo que o que jamais existiu enfim se acabou.

Paro, fecho os olhos, lembro dos segredos.
Escrevo, um enredo, palavras ditas já não existem mais.

Da janela, o luar.
Luar que um dia iluminou a nossa história e hoje sela o nosso fim.

Viajo, não reparo, o que é seu ainda está guardado.
Recomeço, passo a passo, quem sabe uma hora encontro de fato o que me é destinado.

As cartas que um dia te escrevi, hoje me lembram o que quero esquecer.

Mudei o disco, virei a página, reescrevo o que a saudade deixou.
Rastros inacabados, corações quebrados.
Sei que um dia a vontade passa e a esperança volta.

E a vida? A vida continua.

17 de julho de 2013

Eu só quero que você saiba que isso não vai ser pra sempre

Sei que você tentou, de todas as maneiras me encurralou e me persuadiu. Até que, enfim, cedi. Não é algo fácil fazer com que eu aceite uma mudança. Mas vamos lá, não custa nada. Pelo menos é o que dizem por aí.

Por tanta coisa passei e por tantas pedras tropecei. Já não sei o que seria de mim sem a sua mão pra me apoiar. Quero dizer, você realmente esteve ali pra me ajudar. Sei que muitas coisas que fiz, sequer mereciam a sua atenção. Confesso que sou uma alma quebrada, estilhaçada, andando por aí. Sem rumo e sem direção. Vou até onde o vento me permitir.

Mas tem uma coisa que você talvez não saiba de mim. Todas as pessoas que um dia me fizeram mal, de um certo modo construíram algo aqui dentro. E digo mais: é algo do qual não me orgulho. Cabe a você, agora, tentar descobrir do que estou falando. Não dou o ouro tão fácil assim para o inimigo, me desculpe.

Sabe aqueles dias que tanto significaram pra você e pra mim? Não há um dia sequer em que eu acorde e não me lembre deles. Realmente, algo foi construído ali. E agradeço. Você, dentre outras pessoas, conseguiu, por um momento, fazer com que eu me sentisse especial de certa forma. Mas acabou. Cansei.

Não me leve a mal, mas creio que ainda está muito cedo para desconstruir a fortaleza que eu mesmo pus em torno de mim. A verdade é que, de tantos espinhos que um dia me feriram, acabei criando uma cicatriz que, sinceramente, não estou disposto a expô-la novamente.

E sinto que você será apenas mais um espinho dentre todos os outros que estão no meu jardim.

8 de julho de 2013

Despedida

Eu sempre quis ser diferente das outras pessoas. Sempre tive vontade de sair por aí. Viajar; explorar; viver. Parece uma coisa tão simples, mas se parar pra pensar, tudo isso demanda tempo. E força de vontade. Não que eu não tenha isso, eu tenho. Só não agora.

Tanta coisa aconteceu nesses últimos dias. Se eu for parar pra explicar tudo, você para de ler essa carta agora, amigo. E não é essa a intenção. Por muito tempo eu venho procurando alguém pra me ouvir e, enfim, você surgiu. Agradeço, viu? De verdade. Não é sempre que encontramos uma pessoa disposta a perder uns minutos do seu tempo para ler um relato que, convenhamos, é meio sem sentido. Mas vamos lá.

Ontem decidi tirar da minha vida o que, até então, era um dos meus principais motivos para sorrir. Estranho, eu sei. Mas vai ser melhor assim. A verdade é que já fazia algum tempo que eu não sorria. E ninguém é obrigado a viver dessa forma. Sou daqueles que ainda insiste em pensar que cada indivíduo possui uma alma gêmea perdida nesse mundão afora. Besteira.

É engraçado ver o quanto as pessoas a minha volta sorriem de uma forma natural. Não consigo me lembrar quando dei o meu último sorriso sincero. Acho que já comentei isso. Não, não é exagero não. Fui deixando aquela dor saudável ir me dilacerando aos poucos. E quando achei que já estava tudo cicatrizado, veja você, me pegaram de surpresa.

Às vezes o inesperado nos surpreende.

Bem, já tentei, de várias formas até, deixar isso de lado e continuar a minha vida. Mas é complicado. Pelo menos pra mim. Ok, pode parecer falta de vontade. Talvez até seja. Mas se você voltar lá no começo, verá que me falta isso no momento. Sei que a vida não pode se auto colorir. Mas saiba que já comprei até meus 24 lápis da Faber. É um começo.

Estou disposto a não mais viver dessa maneira. E sabe o porquê? Já cansei de deixar as pessoas brincarem com o que sinto. Confesso que de uns tempos pra cá acabei fazendo isso também, só pra ver qual é a sensação. E ela não é legal, acredite. Me pergunto a cada manhã quando é que o sol resolverá aparecer novamente. Não tenho resposta. Creio que seja eu mesmo o autor dela. Trabalharei nisso.

Mas antes, despeço-me. Obrigado pelo seu tempo (se é que você chegou até aqui). Meu trem está para partir.

E eu estou indo. Pra lugar nenhum. Um lugar qualquer.

7 de julho de 2013

A vida como ela é

Sabe-se que pessoas do sexo masculino demoram mais para amadurecer. Eu que o diga. Ah, desculpe-me! Meu nome é Júlio. Tenho 22 anos e não sou nada mais do que um menino. Na sua linguagem, moleque. Tenho uma imaginação bem fértil, a qual apresenta fragmentos da realidade. Por que não, certo? Errado.

Vou explicar melhor: idealizei um modelo de mulher que gostaria de ter sempre ao meu lado. Como ela é? Um olhar atraente com um look impecável. Feminina, sabe? Comparando a mim, o oposto do que sou.

Veja bem, não sou muito de cuidar da minha aparência. Faço mais o estilo desleixado, com uma barba mal feita no rosto e muita história pra contar. Falando em história, estou aqui pra contar uma muito boa. Certo dia, resolvi confiar um pouquinho mais no meu instinto e conceder a mim mesmo uma chance de ser feliz. Ora, todo mundo quer um dia apresentar para a mãe a sua futura nora. Porém, a única coisa que me impediu de fazer isso, até agora, foi a minha própria sede insaciável de imaginar situações. Quanta ironia!

Mas tudo bem, consegui apreciar algo (ou melhor, alguém) por esses dias aí. Gabriela. Esse é o seu nome. Entre amigos em comum consegui agregar algo positivo fora da imaginação. No começo tudo ia muito bem, obrigado. Mas o tempo foi passando e ele é meio traiçoeiro, sabe. Comecei a pensar em coisas que não devia e, é claro,  vez ou outra dava com a língua nos dentes.

Talvez tudo isso esteja meio confuso pra você. Pra mim também está, acredite. Até hoje ainda não entendi o verdadeiro motivo dela ter me deixado. Quer dizer, nunca a tive em minhas mãos para poder dizer agora que não tenho mais. Que seja. O problema sou eu mesmo. Sempre foi. E acho que sempre vai ser.

Vou explicar: na minha cabeça, todas as mulheres desse mundo são iguais àquela que idealizei. Lembra dela? Pois então. A questão é que esqueceram de me avisar que as coisas aqui fora são um pouquinho diferente.

O amor está cada vez mais escasso e a vida tornou-se uma competição.

E eu? Eu vou seguindo por aí, até onde me deixar permitir. O que não é muito, confesso. Mas vou levando. Tentando. Tropeçando. Nos meus próprios pensamentos. Na minha própria imaginação. Quem sabe um dia eu consiga o que tanto quero. Quem sabe um dia eu consiga parar de pensar menos e fazer mais. Quem sabe um dia eu encontre outra Gabriela na minha vida.

É... quem sabe.