Veja só aquela garota, há horas que está me encarando. Não consigo desviar o olhar, pois não sou adepto a isso. Fico encarando-a de volta e assim ficamos durante um bom tempo.
Ela com os amigos não se mostra tímida, pelo contrário, é muito desinibida, não tem medo de executar as coisas e de sofrer as consequências caso algo dê errado. Mas no fundo, eu sei, ela é daquelas pessoas que gostam de ficar sozinhas em algum canto lamentando pelo que lhe foi tirado.
E é aí que eu entro na história.
Vou até ela, sem medo, sorriso no rosto. Pergunto se quer algo pra beber e se aqueles caras são, de fato, amigos dela. Ela diz que sim, mas que já está cansada daquilo tudo e que prefere sair, dar uma volta, essas coisas. Então pego em sua mão e a arrasto balada afora.
Conversamos sobre várias coisas, inclusive sobre amores feridos. Eu tenho, ela também, nada é perfeito.
Nos encontramos do nada e talvez o nada nos espere. Ou pode ser o tudo. Nunca se sabe. Eu vou tentar, não tenho nada a perder.
Passam-se os dias e o encanto apenas aumenta. Começamos a nos falar mais, de diversas formas. É nessas horas em que agradeço profundamente a inclusão digital. Ela, às vezes, pode melhorar muitas coisas, inclusive um relacionamento que ainda nem começou.
Por tanto tempo não passava por essas coisas que já nem sei se o que to fazendo é certo ou não. Sabe, essas coisas de pegar na mão, levar pra tomar sorvete ou assistir uma comédia romântica no cinema. Se é brega ou não, eu realmente não sei. Mas que é bom, ah, isso com certeza é.
Chegou num ponto em que não consegui mais disfarçar. É inevitável não segurar a felicidade no momento em que a vejo vindo em minha direção, sorrindo para mim. Já é amor, não vou negar. Se a maré tá braba por aí pouco importa, a minha tá calma e eu vou aproveitar o momento.
"Vamos de dois nos tornar apenas um?"
Ela respondeu sim.
Ponto pra mim.
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