4 de setembro de 2015

Carta de despedida


Não sei se lembra dos nossos momentos bons, mas eu queria te dizer que dia desses me peguei pensando em você. Fiquei pensando em tudo o que fizemos, nos planos e promessas. Não é possível que tudo aquilo foi dito da boca pra fora. Em algum momento você deve ter me amado assim como eu te amei. E não foi pouco, muito pelo contrário. Cada palavra que você disse naquela noite ainda estão guardadas aqui nesse peito amassado. Mas isso não vem ao caso. Vem?

Sempre que posso, passo naquela confeitaria que você me apresentou. Não preciso nomeá-la aqui, pois você sabe bem melhor do que eu sobre o que estou falando. Fiz o meu pedido e esperei ansiosa. Uma fatia de bolo de dois amores e uma garrafa de guaraná. Dois amores pra representar a gente, guaraná pra lembrar que ainda resta um pouco de mim nesse corpo abandonado. Você lembra de quando me trouxe aqui pela primeira vez? Era um dia de muita chuva e preguiçoso. Mas isso também não vem ao caso.

Dia desses resolvi escutar um antigo cd - que era teu. O nome do artista não me lembro bem, só sei que na capa um coração era representado com uma flecha ao meio. Lembro que você disse que a flecha era você e o coração era eu. E era. Você entrou na minha vida apenas para bagunçar e sair sem arrumar. Se você tivesse me avisado, talvez teria me preparado melhor. Mas não avisou. Aliás, nada do que você fez foi programado, tudo foi meio "na telha", talvez esse tenha sido o nosso maior erro. Digo nosso porque nisso você não tem culpa sozinho, eu acabei deixando você fazer o que quisesse de mim. Fui apenas um fantoche.

Aquela loja do shopping da esquina ainda traz o teu cheiro. Talvez seja apenas a minha imaginação e muito provavelmente que seja, mas eu gosto de lembrar dos poucos momentos legais que tivemos nesses últimos meses. As brincadeiras, os filmes, o nosso seriado favorito, a nossa música detalhista, o seu sorriso de mentira e o meu de verdade. Tento dizer para mim mesma que tudo isso já passou, mas uma parte de mim se recusa a escutar. Talvez você se divirta com isso, mas saiba que dói. Dói demais. E eu não quero mais.

Não quero ter que acordar e lembrar que você não mais está. Não quero passar pelos lugares que fomos juntos e apenas lembrar da gente. Eu quero lembrar do que eu era antes, eu era bem mais feliz antes de você chegar. Talvez você já saiba disso, mas daqui uns dias eu to indo embora. E não é só da sua vida, eu to indo embora da minha também. To pensando em reencontrar quem um dia me fez tão bem, que me deu sorrisos sem motivo e diversão sem realmente precisar. Quero reencontrar quem realmente se importa comigo e que se preocupa sem precisar de alguma coisa. E por incrível que pareça, essa pessoa era eu mesma.

Não te desejo o mal não, espero até que você seja muito feliz. Talvez você se lembre também de tudo isso que vivi, mas disso eu não quero saber. Preciso sair da sua vida assim como você já saiu da minha. Preciso relembrar de como eu vivia sem a sua mão segurando a minha e sem o seu corpo esquentando o meu. Preciso aprender que nem tudo se resume a você. 

Isso aqui não é um lamento, é apenas uma despedida. Te cuida muito e um dia a gente se vê. E, ah, quando se lembrar de mim, não me procure. Quando esse dia chegar, não vou mais querer saber de você.

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