20 de janeiro de 2014

Até mais (e obrigado pelo quase tudo)

Não é que eu não queira mais a sua presença perto de mim. Não, longe disso! Eu só percebi que não estamos mais na mesma sintonia, entende? Sabe todos aqueles filmes separados na parte direita da prateleira? Cara, você me disse que eles seriam assistidos por nós três: eu, você e o escuro convidativo da nossa sala de estar. Tudo bem, eu até consigo entender que tudo aconteceu rápido demais, intenso demais. Mas acho que isso não justifica o fato de ter os planos que sempre sonhei não importando mais para você. 

A gente era muito bom juntos e isso você não pode e nem deve negar. Foram meses realmente muito bem vividos por mim. Te agradeço por isso, viu? Mas to dispensando os insultos inacabáveis que você proferiu sobre mim na última noite. Como eu sei? Bom, eu ainda possuo alguns amigos em comum com você. Surpresa? Espera mais um pouco então, ainda tenho muita coisa entalada aqui nessa garganta inflamada de putrefação vinda da boca que um dia tanto amei.

Esse meu peito meio enferrujado recebeu, um dia, um dos mais sinceros sentimentos existentes no mundo. Era algo que te deixava atônito, coisas assim são raras de acontecer. Fique feliz quando digo que quem proporcionou isso foi você. Mas olha só, quem dera fosse amor. Daqueles tipo de cinema. Piegas, eu sei. Mas que atire a primeira pedra quem nunca quis um amor desses de te arrancar o fôlego apenas ao ouvir um nome. Ou uma música. Ou, sei lá, qualquer coisa. Mas era respeito. Ao menos isso você conseguiu ter por mim. Puxa, bacana.

Mas aí os dias foram passando e você foi ficando cada vez mais estranha. Vinha com uns papos de querer viajar e curtir a vida. Sequer me convidava. Aquilo me insultava de certa forma. Aprenda uma coisa: quando se está com alguém, normalmente a gente não pensa mais daquela forma egoísta que estávamos acostumados. A gente fica junto e discute o futuro, nem que seja por um breve momento. Nunca gostei daqueles casais que ficam vinte-e-quatro horas grudados um no outro. Mas a distância que havia entre nós também não me agradava.

Hoje se paro pra pensar em tudo o que você significou pra mim, apenas uma palavra me vem a mente: passado. Por um tempo quis ser o seu futuro, acho que você não aceitou isso muito bem. Fez um drama do tamanho do mundo, gritando em meus ouvidos o que você mesma jamais quis ouvir. Tá de parabéns, hein?! Mas hoje fica assim: você aí, eu aqui, tá tudo bem. Meu futuro já planejei e o passado eu to deixando pra trás. Aliás, to deixando você junto.

Dizem que tudo que um dia começa, um dia também acaba. Agora consigo entender o significado disso. Um dia a gente tava junto, morando sob o mesmo teto, dividindo a mesma cama. Hoje não estamos mais. Ok. Mas entenda uma coisa: nada, eu disse nada, irá apagar da minha falha memória o momento lindo que vivemos juntos. E digo mais: você sempre estará guardada em algum canto bom desse velho coração. E repito mais uma vez: não é que eu não queira mais a sua presença perto de mim. Eu só percebi que não estamos mais na mesma sintonia.

Entende?

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