20 de dezembro de 2012

Depois de amanhã

Legal seria se, nesse último dia de nossa existência, as coisas pudessem ser do nosso jeito. O tempo passaria mais devagar, as pessoas seriam menos frias, o sentimento mais verdadeiro e a dor amenizaria. Legal seria se eu pudesse ter a oportunidade de falar tudo aquilo que já guardei dentro desse coração meio de pedra, meio de gelo. Legal seria, também, ter você aqui do lado, nem que fosse apenas nesse último dia.

Engraçado como a gente se pega pensando no improvável. Por um momento, tudo parece perfeito. A pessoa mudou, o amor voltou e a paixão revigorou. Ah, vale ressaltar também que até o sol resolveu dar uma aparecida novamente. Só pra te dar aquela motivada, você sabe. Só que, de repente, você se lembra que o momento em que se encontra é de plena escuridão. As nuvens estão tão carregadas que te impedem de continuar voando na direção que queria. Ao choque de duas substâncias que já não possuem um elo de ligação, surge o atrito.

Mas seria legal se a gente desse mais uma volta, você nesse seu jeito quietinho e eu no meu desengonçado. Seria legal te apresentar o mundo que imaginei pra nós dois e te dar nem que fosse um último beijo. E dizer que, se dependesse de mim, esse mundo não acabaria. Nunca mais. Cresceríamos juntos na base que tomamos para viver. Somos dois, mas somos um. Ou éramos. Calma, já mencionei que isso aqui não passa de uma utopia? Na verdade, o mundo pode acabar daqui quinze, dez ou cinco minutos. Tanto faz. O meu já acabou. Tem tempo.

Mas seria legal se existisse um dia depois de amanhã. Pra recomeçar.

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